VINGANÇA: Irmã de Marielle faz desabafo em rede social: 'Sangue ali derramado será vingado'

VINGANÇA: Irmã de Marielle faz desabafo em rede social: ‘Sangue ali derramado será vingado’

Em 6 anos atrás 858

Anielle Silva, irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em março, no Rio de Janeiro,  junto com seu motorista, Anderson Gomes, fez um desabafo em sua rede social um dia após a Polícia Federal anunciar que abriu um inquérito para apurar supostas tentativas de obstrução da investigação da morte . Em seu Facebook, Anielle disse que sua família hoje é só dor, mas que ao poucos o “sangue derramado” da irmã será vingado.

“Hoje eu sou só dor, hoje eu tô arrasada com o que o ser humano virou. Quem foi o fdp (desculpa) que mandou matar e matou a minha irmã? Mas eu tô me levantando aos poucos. Ah, eu tô! E aos poucos o meu sangue que foi ali derramado, esse, pode ter certeza que será vingado”, escreveu ela, que completou:

“Ancestralidade é a importância de honrar os que vieram antes de nós! Portanto, eu vos aviso: minha luta não é de hoje. Foram 34 anos ao lado dela. Ela se foi em corpo, mas me acompanha, me segue e me rege. E eu tô aqui! E eu, ah…eu não ando só”.

Nesta quinta-feira (01), foi publicada uma entrevista do miliciano Orlando de Oliveira Araújo, o Orlando de Curicica, na qual ele acusa a Polícia Civil do Rio de não querer elucidar o crime . Suspeito de envolvimento no homicídio e preso na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, Orlando acusou delegados e inspetores de receberem propina da contravenção para não investigar assassinatos.

O delegado Rivaldo Barbosa rebateu as acusações por meio de uma nota . Ele destacou que repudia “a tentativa de um miliciano altamente perigoso, que responde a 12 homicídios, de colocar em risco uma investigação que está sendo conduzida com dedicação e seriedade”. “Ao acusado foram dadas amplas oportunidades pela Polícia Civil para que pudesse colaborar com as investigações do duplo homicídio dentro do estrito cumprimento da lei”, diz um outro trecho do comunicado.

No mesmo dia, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que a PF vai investigar a atuação de agentes públicos, milicianos e criminosos para atrapalhar as investigações do homicídio da vereadora. O pedido foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge , e anunciado nesta quinta-feira pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a quem a PF é subordinada. Também foi determinado que PF dê proteção a duas pessoas que prestaram depoimentos sobre o caso.

Nesta sexta-feira, o Sindicato dos Delegados da Polícia Civil (Sindipol) e a Associação dos Delegados de Polícia do Estado (Adepol) divulgaram uma nota conjunta de repúdio em que contestam as declarações do ministro da Segurança Pública . A nota acusa o ministro de ser um político profissional, que atua de forma vaidosa sem ter qualquer qualificação para atuar em um ministério essencialmente técnico.

Em nota, Jungmann rebateu as críticas dos policiais do Rio. Ele afirmou que “em nenhum momento identificou os agentes públicos” suspeitos de atrapalhar a investigação. Disse ainda que se limitou a informar o pedido feito pela Procuradoria-Geral da República. Destacou também que não houve federalização da investigação do assassinato em si. Na quinta-feira, ele já havia dito que haverá dois inquéritos. A apuração do homicídio continuará com a Polícia Civil. Já a Polícia Federal vai checar as denúncias de fraudes e falhas na investigação.

Fonte: O Globo