PR - PRISÃO/TRANFERÊNCIA/SÉRGIO CABRAL - POLÍTICA - O ex-governador do Rio de Janeiro,   Sérgio Cabral, chega ao Instituto   Médico Legal (IML) de Curitiba (PR), na   manhã desta sexta-feira, 19, para   realizar exame de corpo de delito. Ele   foi transferido ontem, 18, da Cadeia   Pública José Frederico Marques, no   bairro de Benfica, no Rio. Cabral será   levado para o Complexo Médico-Penal em   Pinhais, na região metropolitana da   capital paranaense. O complexo é uma   penitenciária de regime fechado e com   finalidades médicas e abriga vários   presos da Operação Lava Jato, como o   ex-presidente da Câmara dos Deputados,   Eduardo Cunha, o ex-vice-presidente da   Câmara, André Vargas, e o ex-tesoureiro   do PT, João Vaccari Neto.   19/01/2018 - Foto: GIULIANO GOMES/PR PRESS/PAGOS

SALVO-CONDUTO: Ex-governador Sérgio Cabral inicia negociação para delação premiada

Em 6 anos atrás 1149

Condenado até agora a 197 anos de prisão, o ex-governador do Estado do Rio de Janeiro Sérgio Cabral sempre negou ter recebido propinas. Admitia, no máximo, ter usado sobras de campanha para seus luxos. Agora, numa reviravolta em sua resistência em reconhecer o óbvio, Cabral quer fazer uma delação premiada.

O líder máximo da organização criminosa fluminense deu uma procuração para o seu novo advogado, João Bernardo Kappen, negociar a colaboração com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro e com a PGR. Kappen já começou a conversar, ainda em estágio inicial, com autoridades ligadas à Lava-Jato no Rio.

Mas, afinal de contas, o que Cabral teria a contar, após dezenas de delações terem esquadrinhado a roubalheira incrustada no Rio?

O cardápio inicial inclui o Judiciário — tanto o Tribunal de Justiça do Rio quanto o STJ — ex-chefes do MP fluminense, as jogadas nebulosas da Copa do Mundo e da compra de votos para a Olimpíada de 2016, além de detalhamentos de fatos já narrados em outras colaborações.

O ex-governador Sérgio Cabral foi preso em 17 de novembro de 2016,  sob a suspeita de receber milhões em propina para fechar contratos públicos. Ele é alvo de uma operação que apura desvios em obras do governo estadual. O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões.