Salário pago pela TV Globo é um dos entraves para o ''sim'' de Regina Duarte na Cultura

Salário pago pela TV Globo é um dos entraves para o ”sim” de Regina Duarte na Cultura

Por Edmilson Pereira - Em 5 anos atrás 694

O “noivado” da atriz Regina Duarte com o governo e a consequente espera para dar a palavra final antes de assumir a Secretaria Especial de Cultura têm nome e sobrenome: custo de vida. A rescisão do contrato com a TV Globo, da qual recebe até R$ 120 mil em carteira assinada — uma das poucas celetistas na emissora —, ainda não foi concluída, justamente porque ela avalia bônus e ônus de assumir o cargo, aponta um interlocutor.

Na pasta, receberia cerca de R$ 17 mil, ou seja, 14,2% da remuneração paga pela empresa de comunicação. De toda forma, o governo mantém o otimismo de que a artista chefiará a política nacional cultural e crava sua “contratação”. Mas os desafios serão relevantes, caso ela aceite a função, a começar pela demissão anunciada do secretário adjunto, José Paulo Martins.

Na terça-feira passada foi ventilada a informação  que a atriz teria confirmado ao Palácio do Planalto que assinaria a rescisão com a Globo, após a reunião com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, contudo, isso não ocorreu.

O “sim” de Duarte está, dessa forma, mais dependente de questões financeiras do que de outros elementos. Interlocutores da TV Globo apontam que ela quer manter as portas abertas com a emissora, de modo a retomar o contrato caso não tenha vida longa no governo. Entretanto, o pedido é visto como difícil de ser atendido, dado o relacionamento entre o Executivo e a empresa. “Noivado é noivado. Vou continuar conversando, noivando”, declarou a atriz.

É fato que Regina Duarte está empolgada com a ideia de assumir a pasta. Assim que chegou à capital, na quarta-feira,  seguiu para o Planalto, onde entrou pela garagem — acesso concedido, normalmente, a ministros de Estado e presidentes de poderes —, às 13h, e permaneceu até as 15h10. Nesse período, conversou com Bolsonaro, Ramos, e com os ministros da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, e do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Depois disso, seguiu para o Bloco B da Esplanada dos Ministérios, das pastas do Meio Ambiente e da Cidadania. É onde fica a Secretaria Especial de Cultura, no quarto andar. Lá, se reuniu com técnicos. Ela terá direito a nomear 10 assessores. A disputa pelos cargos já começou.