Ruim para a economia brasileira: Dólar volta a subir e vai a R$ 5,27, com fiscal e juros dos EUA no radar; Ibovespa cai
Por Edmilson Pereira - Em 8 meses atrás 75
O dólar voltou a subir nesta quarta-feira (17), após ter passado por um movimento de correção na véspera, em meio à disparada das cotações nos últimos dias.
Os principais pontos de atenção dos investidores seguem os mesmos: a perspectiva de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos, a piora da percepção de risco fiscal no Brasil e a cautela com o conflito no Oriente Médio.
Com isso, investidores devem ficar atentos à participação do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no G20. Falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) também devem ficar no radar, bem como a continuidade da temporada de balanços nos Estados Unidos.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, opera em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 15h18, o dólar subia 0,21%, cotado a R$ 5,2542. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumula:
- alta de 2,39% na semana;
- ganho de 4,55% no mês;
- alta de 8,06% no ano.
No dia anterior, a moeda norte-americana interrompeu um ciclo de cinco altas consecutivas e fechou em queda de 0,50%, cotada a R$ 5,2434.
O que está mexendo com os mercados?
Sem grandes destaques na agenda do dia, os investidores continuam a repercutir o cenário de juros norte-americanos e os sinais sobre a política fiscal brasileira.
No exterior, os novos dados de auxílio-desemprego dos Estados Unidos ficaram estáveis em 212 mil na semana encerrada em 11 de abril, abaixo das expectativas do mercado, que esperava 215 mil pedidos.
Apesar do alívio nesses dados de emprego, os demais números da maior economia do mundo continuam fortes — o que aumenta a perspectiva de que o Fed pode não reduzir suas taxas de juros de maneira significativa neste ano. Atualmente, os juros nos Estados Unidos estão entre 5,25% e 5,50% ao ano.
Na segunda-feira, por exemplo, o Departamento do Comércio dos EUA informou que as vendas no varejo aumentaram 0,7% em março, acima do 0,3% projetado por economistas ouvidos pela Reuters. Já os dados de fevereiro foram revisados para alta de 0,9%, em vez do 0,6% informado anteriormente.
Os números fizeram os rendimentos das Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) de dez anos — referência global de investimentos seguros — superarem os 4,60%.
Segundo a ferramenta CME FedWatch, que monitora a percepção do mercado sobre os juros americanos, mais da metade dos investidores espera que o primeiro corte nas taxas seja só em setembro. Antes, as expectativas eram de que o ciclo de baixas começasse ainda no primeiro semestre.
Com isso, falas de dirigentes do Fed, que participam de eventos ao longo do dia, também devem ficar na mira dos investidores.
Na última terça-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a inflação continua a se mostrar mais forte do que o esperado nos Estados Unidos, o que significa que Fed provavelmente precisará de mais tempo do que pensava para ter certeza de que os preços caminham para a meta de 2%.
“Os dados recentes claramente não nos deram maior confiança e, em vez disso, indicam que provavelmente levará mais tempo do que o esperado para alcançar essa confiança”, afirmou Powell durante evento realizado em Washington.