Representante do governo Bolsonaro pediu propina de 1 dólar por cada dose para representante da Astrazeneca

Representante do governo Bolsonaro pediu propina de 1 dólar por cada dose para representante da Astrazeneca

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Em entrevista à Folha de S. Paulo , o representante de uma vendedora de vacinas disse que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose do imunizante para fechar contrato com o Ministério da Saúde.

Luiz Paulo Dominguetti Pereira se apresentou como representante da companhia Davati Medical Supply e afirmou que o diretor de Logística da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou a propina em um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, no dia 25 de fevereiro.

Segundo Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que diz ser representante da Davati, o pedido ocorreu durante um jantar em um restaurante de Brasília (DF) em 25 de fevereiro, quando o Brasil já acumulava mais de 250 mil mortes por Covid-19.

“Ele [Dias] me disse: ‘Pensa direitinho, se você quiser vender vacina no ministério tem que ser dessa forma’”, contou Dominguetti, de acordo com a reportagem da Folha. Em seguida, o jornal questionou qual seria essa “forma”. “Acrescentar US$ 1”, afirmou o representante.

Poucas horas após a divulgação da notícia, o governo Bolsonaro exonerou Dias do cargo de diretor de logística do Ministério da Saúde, porém sem dar maiores explicações. Já há um requerimento na CPI da Covid-19 no Senado para convocar Dominguetti a prestar esclarecimentos sobre o caso.

Em diversas ocasiões ao longo dos últimos meses, a AstraZeneca disse que não vendia vacinas por meio de intermediários e que tratava diretamente com governos nacionais. A Davati não explicou como teria acesso a 400 milhões de doses do imunizante da multinacional anglo-sueca.

Em depoimento à comissão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) disse que, ao relatar suspeitas de irregularidades a Bolsonaro, teria ouvido da boca do presidente que isso era “coisa” de Barros. Em seu Twitter, o líder do governo na Câmara afirmou que não indicou Dias para o Ministério da Saúde.

Ele disse que a proposta era “acrescentar 1 dólar” a cada dose e que, na ocasião, estavam ele, Dias e mais duas pessoas. “Era um militar do Exército e um empresário lá de Brasília”.

Fonte: Paraíba Notícia com Isto É