Na semana passada, o presidente brasileiro voltou a afirmar que a Ucrânia também pode ser responsabilizada pelo conflito, além de acusar a União Europeia e os EUA de não agirem pela paz.
Não por acaso, diversos políticos e membros da sociedade civil lusa condenaram as falas do petista. A Associação de Ucranianos no país preparou uma carta aberta de repúdio, que será entregue por seus representantes na embaixada brasileira em Lisboa.
A agenda oficial de Lula na capital portuguesa começa no sábado (22), com encontros com o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente, Marcelo Rebelo de Sousa.
O petista se encontra ainda com ministros e participa da Cúpula Luso-Brasileira, reunião bilateral que deveria acontecer a cada dois anos, mas não é realizada desde 2016. Há previsão de assinatura de pelo menos dez acordos entre Portugal e Brasil em áreas como turismo, educação e tecnologia.
Reportagens na imprensa portuguesa chamam a atenção para a ausência de ministros como Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente) em um momento em que se tenta destravar o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.
No domingo (23), não estão previstos compromissos públicos para Lula. A programação será retomada na segunda-feira (24), com uma ida ao Porto, no norte do país. O presidente deve se encontrar com empresários e visitar a OGMA, que tem participação acionária da Embraer.
De volta a Lisboa, Lula participa ainda da entrega do prêmio Camões de literatura a Chico Buarque. O cantor e escritor venceu a láurea em 2019, mas Bolsonaro se recusou a assinar o diploma da premiação, organizada em conjunto pelos governos de Portugal e Brasil.
Depois de discursar no Parlamento português na terça-feira (25), Lula segue em direção à Espanha. A agenda final ainda não foi divulgada, mas estão previstos encontros com o rei e com o primeiro-ministro.