Polícia Civil exonera delegado da 9ª Distrital de Mangabeira após publicação de postagem com xingamentos contra militantes do PT
Em 6 anos atrás 1984
A Delegada Geral Adjunta de Polícia Civil da Paraíba , Cassandra Maria Duarte Guimarães, assinou portaria na noite desta quarta-feira (03) dispensando o delegado Francisco Alves de Azevedo Neto, da Polícia Civil da Paraíba, de responder pelo expediente na 9ª Delegacia Distrital da Capital.
DELEGACIA GERAL DE POLÍCIA CIVIL
PORTARIA Nº 166/DEGEPOL Em 03 de abril de 2019.
A DELEGADA GERAL ADJUNTA DE POLÍCIA CIVIL, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 8º, Parágrafo Único, da Lei Complementar nº. 85, de 12 de agosto de 2008,
RESOLVE dispensar o servidor Francisco Alves de Azevedo Neto, Delegado de Polícia Civil, Código GPC-601, matrícula nº 156.486-2, do encargo, de responder pelo expediente da 9ª Delegacia Distrital da Capital.
O delegado está sendo investigado pela Corregedoria após uma postagem de rede social atribuída a ele causar polêmica. Na postagem, datada de 15 de fevereiro, há xingamentos contra militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e mulheres filiadas à legenda são chamadas de “safadas” e “rodadas”, entre outras grosserias. O texto teria sido apagado após a repercussão e ele não foi encontrado para comentar o caso.
O assunto foi levantado na sessão da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão desta quarta-feira (3). De acordo com a vereadora Sandra Marrocos (PSB), a atitude atribuída ao delegado foi misógina e passível de punição com exoneração do cargo.
Além da vereadora, quem também se posicionou contra o texto na rede social foram os vereadores Carlão (DC), Humberto Pontes (Avante) e Marcos Henriques (PT). Carlão classificou a postagem como “infeliz” e Humberto, membro da Polícia Civil, relatou que a atitude atribuída ao delegado não representa o pensamento de demais delegados e agentes da categoria.
“Se ele não fosse mandatário de um cargo público, o veria como um desqualificado, que usa as redes sociais para falar o que quer. Como uma pessoa pública escreve algo tão monstruoso? Minha mãe é petista, assim como minha esposa. Por isso vemos tanta misoginia, por conta de figuras como essa, que acham que masculinidade é tudo na vida”, declarou Marcos Henriques (PT).
O PT na Paraíba divulgou nota contra o gesto atribuído ao delegado. De acordo com texto assinado pelo presidente estadual da legenda, Jackson Macedo, e pela secretária estadual de Mulheres do PT-PB, Zezé Béchade, o partido repudiou a mensagem postada em rede social e pediu providências. Leia abaixo, na íntegra.
“Nós Mulheres e Homens Petistas da PB, indignadas/os pela forma como fomos atacadas/os em nossa dignidade e moral, repudiamos as postagens realizadas no facebook e a conduta do delegado de Polícia Civil, Francisco Azevedo, que de forma grosseira tenta desqualificar, desvalorizar e humilhar as Mulheres Petistas com palavras de baixo calão, assim como acusando homens e mulheres petistas com o intuito de atacar a honra e a moral.
São posturas como essas que naturalizam o ataque gratuito, o desrespeito e o ódio contra seres humanos, contra quem pensa contraditoriamente a outra pessoa. Essas são atitudes que jamais deveríamos assistir, seja em redes sociais, seja no dia-a-dia de um advogado e, principalmente, de um servidor público, um Delegado de Polícia.
Repudiamos e pedimos ao Governo do Estado total apuração e providências para o afastamento imediato de suas funções, por falta de ética e decoro.
Desta forma, a Direção Estadual do PT, assim como a Secretaria Estadual de Mulheres do PT entrará com uma denuncia coletiva junto ao Ministério Público, à Corregedoria da Polícia Civil e também uma Ação Judicial para as medidas cabíveis”.
Nota
Por meio de nota, a assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança e Defesa Social da Paraíba informou que o caso vai ser apurado pela Corregedoria e se for comprovada a infração, o delegado será punido. Apesar da investigação estar aberta, a Secretaria disse por telefone que o delegado suspeito continua exercendo a função. A possível punição não foi revelada, assim como o prazo de duração da apuração, que também não foi informado.