Foto: Reprodução

Podendo ser expulso do Exército, Pazuello diz que não foi a ato político com Bolsonaro no Rio de Janeiro

Por Elison Silva - Em 3 anos atrás 386

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Alvo de processo disciplinar aberto pelo Comando do Exército, o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, apresentou nesta quinta-feira, 27, sua defesa e disse não ter participado de um ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro, no domingo, no Rio. Pazuello afirmou, na justificativa, ter sido convidado pelo presidente para um passeio de moto, quando foi surpreendido com o pedido para subir em um carro de som, ao lado do presidente.

Com esse argumento, o general da ativa negou ter cometido uma transgressão às normas do Exército. O general da ativa destacou, ainda, que não é filiado a nenhum partido e disse que o País não vive um período eleitoral. A informação foi antecipada pela CNN e confirmada pelo Estadão. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, na noite de ontem, Bolsonaro adotou a mesma linha de defesa de Pazuello, na tentativa de livrar o general de uma punição mais severa.

“É um encontro que não teve nenhum viés político, até porque eu não estou filiado a partido político nenhum ainda”, afirmou Bolsonaro na live. “Foi um movimento pela liberdade, pela democracia, em apoio ao presidente. Não tinha nenhuma bandeira vermelha, nenhuma foice ou martelo”, emendou o presidente, em sintonia com a justificativa apresentada por Pazuello.

O presidente fez vários elogios ao ex-ministro da Saúde, que deixou a pasta em março com o País batendo recorde de mortes por covid-19. Bolsonaro disse na live que Pazuello é “um tremendo gestor”, tendo se destacado no Exército desde a preparação para a Olimpíada do Rio, em 2016.

A participação de militares da ativa em atos político-partidários é proibida pelo Regulamento Disciplinar do Exército. A pena para quem desobedecer a essas ordens varia de advertência a prisão por até 30 dias. Pazuello foi aconselhado a antecipar sua ida para a reserva – que deve ocorrer apenas em agosto de 2022 -, na tentativa de receber punição mais branda, como uma advertência verbal, por exemplo, mas não aceitou.

O general avalia que, se sair da ativa agora, passará à CPI da Covid a imagem de que se acovardou. Pazuello já prestou depoimento à CPI, mas foi reconvocado pelos senadores depois de subir a um carro de som com Bolsonaro e discursar sem máscara de proteção contra coronavírus.

Generais ouvidos pelo Estadão avaliaram que a transgressão disciplinar cometida por Pazuello tem potencial para um novo embate entre o Palácio do Planalto e o Comando do Exército. O receio é que a tentativa de blindagem de Pazuello, por parte de Bolsonaro, leve à renúncia do comandante, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que ontem acompanhou o presidente em viagem a São Gabriel da Cachoeira (AM).

Fonte: Paraíba Notícia com Terra