Operação Xeque-Mate: juiz interroga dois réus e cinco colaboradores; audiência continua dia 9

Operação Xeque-Mate: juiz interroga dois réus e cinco colaboradores; audiência continua dia 9

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Durante quase 14 horas de audiência, o juiz Henrique Jorge Jácome de Figueiredo, da 1ª Vara da Comarca de Cabedelo, interrogou dois réus do processo principal da ‘Operação Xeque-Mate’ e cinco delatores. Os depoimentos fazem parte da audiência de instrução e julgamento. A sessão foi realizada nessa segunda-feira (1º), no Fórum local. Foram interrogados os réus Inaldo Figueiredo da Silva (funcionário da Prefeitura de Cabedelo) e Marcos Antônio Silva dos Santos, mais conhecido como ‘Marcos da Forte’ (empresário do ramo de segurança). O magistrado designou o próximo dia 9, a partir das 8h30, para dar continuidade à audiência.

Ainda faltam ser interrogados sete réus, dentre eles, o ex-prefeito de Cabedelo, Leto Viana, e eventuais testemunhas que podem ser apresentadas pela defesa. “Como a defesa teve acesso ao conteúdo dos depoimentos dos delatores, eu concedi um prazo de três dias para apresentação de possíveis testemunhas e memoriais”, disse o juiz Henrique Jácome. Ele informou, também, que a audiência transcorreu dentro da normalidade, apesar de cansativa e complexa.

Dos denunciados neste processo, respondem à ação penal em liberdade os réus Marcos Antônio Silva dos Santos, Leila Maria Viana do Amaral, Jaqueline Monteiro Franca (ex-presidente da Câmara dos Vereadores e esposa de Leto Viana) e Adeildo Bezerra Duarte Figueiredo da Silva. Já os réus Wellington Viana França (Leto Viana, ex-prefeito de Cabedelo), Antônio Bezerra do Vale Filho, Lúcio José do Nascimento Araújo, Tércio de Figueiredo Dornelas Filho e Inaldo Figueiredo da Silva estão presos.

O primeiro colaborador a depor foi o ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal, Lucas Santino da Silva, que revelou em detalhes o esquema criminoso e afirmou que o ex-prefeito Leto Viana comandava a organização criminosa. Ao ser indagado pelos representantes do Ministério Público se ele fazia parte de uma organização criminosa, respondeu categoricamente que sim.

“O ex-prefeito liderava essa quadrilha. Ele fazia um levantamento de quem poderia vencer como vereador e investia na campanha dessas pessoas, mas exigia a assinatura de uma carta renúncia. Assim, em caso de vitória, Leto Viana tinha o poder de barganha na Câmara dos Vereadores e na Prefeitura Municipal”, revelou Lucas Santino. Ele disse, ainda, que o investimento em algumas campanhas para vereador de Cabedelo ultrapassava um milhão de reais.

Na sessão dessa segunda-feira, também foram ouvidos os colaboradores José Ediglei Ramalho, Rosildo Pereira de Araújo Júnior (vereador), Olívio Oliveira dos Santos (ex-secretário de Comunicação da Prefeitura de Cabedelo) e Gleuryston Vasconcelos Bezerra Filho (ex-assessor de vereador). Todos são réus em outros processos criminais da mesma ‘Operação Xeque-Mate’.

A audiência de instrução e julgamento teve início no dia 27 de junho e foi interrompida depois da oitiva de cinco testemunhas do Ministério Público e 13 testemunhas da defesa. As demais testemunhas foram dispensadas, tanto pela acusação quanto pela defesa. Conforme o magistrado, mais cinco denúncias oferecidas pelo Ministério Público na ‘Operação Xeque-Mate já foram recebidas pela Justiça.

Denúncia – Os acusados, segundo as denúncias, integravam uma organização criminosa no Município de Cabedelo que teria sido responsável por vários episódios criminosos, dentre eles a compra e venda do mandato do ex-prefeito José Maria de Lucena Filho (Luceninha) e a sua consequente renúncia ao cargo; irregularidades na Prefeitura e na Câmara de Vereadores, com contratação de servidores fantasmas; e esquema de recebimento de dinheiro desviado do salário dos servidores municipais.

Constam ainda nas acusações outras irregularidades, como o financiamento de campanha de vereadores; atos de corrupção envolvendo a avaliação, doação e permuta de terrenos pertencentes ao erário municipal, que beneficiava diversas empresas, bem como ações ilícitas para impedir a construção do Shopping Pátio Intermares, com a distribuição de valores ilícitos para vereadores, com atuação pessoal de Leto Viana.

Fonte: Assessoria/TJPB