O sucesso do agro graças a dedicação do professor e ex-ministro Roberto Rodrigues pela aprovação da Lei da Biossegurança

O sucesso do agro graças a dedicação do professor e ex-ministro Roberto Rodrigues pela aprovação da Lei da Biossegurança

Por Edmilson Pereira - Em 2 semanas atrás 797

As pessoas que gostam do agro e até aquelas que não gostam, precisam conhecer o marco Regulatório criado pela Lei de Biossegurança que garantiu a utilização de insumos agrícolas geneticamente modificados, pois ele significa um divisor de águas, uma virada de chave na produção nacional do setor, no superávit da balança comercial brasileira e no pool das commodities nacionais da agropecuárias!

Até então, as atuais e principais commodities agrícolas (soja, milho e algodão) eram produzidas a partir de sementes quem tinham uma baixa produtividade, muito aquém de outros países produtores, inclusive vizinhos da América do Sul, como a Argentina!

A ciência encontrava-se encastelada nos grandes centros de pesquisas agropecuárias, majoritariamente, públicos, esses cientistas não aceitavam ou não eram autorizados por lei, desenvolverem avanços que proporcionassem maior eficiência contra danos na lavoura e resultados quantitativos e financeiros para o produtor , inclusive, por segmentos políticos/ideológicos que viam os avanços de produção como uma ameaça as suas práticas, digo mais, até mesmo os movimentos conservadores também eram contrários a este avanço científico, a pretexto de que colocava em risco a segurança nacional!

O que significava esse isolamento do Brasil? Éramos importadores de alimentos, tínhamos um elevadíssimo índice de fome per capita, deficitários na balança comercial, insignificância na produção mundial de alimentos e etc.; Isto porque, as nossas sementes produziam pouco, porque eram vulneráveis as fatores externos da natureza, não tinham defesas contra as pragas e nem contra as intempéries climáticas e menos ainda contra as perdas ou prejuízos decorrentes da armazenagem!

Enquanto isso, a Europa, os EUA, e até mesmo os vizinhos da América Sul já adotavam sementes transgênicas, as quais eliminavam ou diminuíam substancialmente os riscos contra os fatores externos!

Um transgénico é um organismo geneticamente modificado (OGM), ou seja, um ser vivo cuja sequência de DNA foi alterada em laboratório para obter uma nova característica ou melhorar uma existente. Esta modificação envolve a inserção de um gene de outro organismo (que pode ser de uma espécie diferente) no genoma do transgénico.

Até que se tivesse permitido por lei a utilização desta tecnologia para as sementes, a nossa produção nacional era pouco significante e não conseguíamos competir em nenhum produto alimentício e sequer representar um ponto na nossa balança comercial!

Éramos um país eminente industrial e urbano, em contraste com um campo com baixa produtividade, com pouca renda e inviabilizado financeiramente ante a falta de competitividade com os concorrentes e, portanto, isolado social, científico e tecnologicamente!

Com o acesso dos produtores rurais a transgenia, a agricultura brasileira avançou a passos largos, garantindo um lugar ou melhor vários lugares de destaques pós regulação da produção agrícola nacional pela Lei da Biossegurança em 2005!

Atualmente, somos os maiores produtores mundiais em 10 culturas agrícolas, e o segundo maior, em outras 10, fazendo com que assumamos a terceira colocação na produção mundial de alimentos, perdendo apenas para China e Índia!

Essa lei desburocratizou o processo de criação, desenvolvimento e produção de sementes e de outros insumos agrícolas dos principais produtos agrícolas do Brasil e permitiu que naquele momento pudéssemos surfar na onda das commodities agrícolas e garantir a estabilidade econômica do país!

Não fosse a supervalorização das commodities na década de 2.000, e a grande produção nacional conquistada pela Lei da Biossegurança não teríamos tido o progresso econômico que tivemos naquele momento!

E esse avanço foi conquistado graças a perseverança, o desprendimento, a coragem, a capacidade e acima a articulação de um personagem chamado Roberto Rodrigues, Professor da Esalq/USP, da Fundação Getúlio Vargas na Faculdade de Economia, emprestado naquele momento para o cargo de Ministro de Estado de Agricultura do Brasil!

Conheço a “guerra” travada pelo Professor Roberto Rodrigues para garantir essa evolução do agro brasileiro, aliás, reputo o principal avanço do Agro Brasileiro, como medida proativa porque sem ele, indubitavelmente, não estaríamos no patamar que alcançamos no aspecto social e econômico!
E certo que tempos tido outros importantes avanços nos aspectos comerciais, tributários, ambientais e sociais, todavia, como providência reativa diante de pressões advindas de setores incomodados com o tamanho e a importância do nosso agro!

Escrevo essas poucas linhas neste momento, porém, estou trabalhando para apresentar em breve um trabalho mais substancioso, onde enfocarei os aspectos técnicos, científicos, econômicos e sociais a partir da entrada em vigor da lei de biossegurança!

Faço neste momento esses alinhavados escritos sobre esse assunto, porque o mundo experimenta uma guerra, desta feita de tarifas, a qual está assegurando muitas vantagens para o Brasil por ser um grande produtor de commodities agrícolas e, naturalmente, ter tido feito anteriormente, o seu dever de casa!

Acredito que essa batalha desencadeada pelo Presidente Trump dos EUA tem tudo para garantir ao Brasil muito mais vantagens do que desvantagens, isso se a nossa diplomacia não atrapalhar, porque seremos o refúgio, a “tábua de salvação” dos países hostilizados tarifariamente pelo governo Americano!

Mas, repito, só estamos nesta condição, porque teve uma pessoa oriunda do setor privado, com experiência no setor público como Secretário de Estado do então maior produtor agrícola nacional, Professor da principal e mais renomada instituição de ensino agrícola do Brasil (Esalq/USP)e da influente Universidade Econômica Brasileira (FGV), que enfrentou a ideologia política dentro daquele governo de esquerda que compunha e que administrava o País naquele momento e a superou, a ponto de aprovar o principal marco regulatório da produção nacional do campo!

A liderança do Professor Roberto Rodrigues é inconteste aqui no Brasil e mundo afora, porque mesmo estando no alto dos seus 80 anos mantém a irrequietação da juventude, o vigor da adolescência e a perspicácia da longevidade!

Esses últimos dias, tem circulado um vídeo antigo produzido por ocasião da promulgação em 2005, da Lei da Biossegurança, pelo então Vice Presidente da República, José Alencar, no exercício temporário do cargo de Presidente da República, e essa divulgação, certamente, tem um propósito de proporcionar algum ganho para setores políticos, com a perspectiva de que as commodities sejam a “salvação da lavoura”, novamente, da economia brasileira!

Por isso, nada mais justo do que reconhecer o trabalho, o esforço e o compromisso daquele que conduzia o Ministério da Agricultura naquele momento e teve o papel decisivo para superar os inúmeros obstáculos que sugeriram até a promulgação desta lei!
Viva Professor Roberto Rodrigues, Ministro da Agricultura (2003/2006), grande idealizador e articulador da Lei da Biossegurança!

Veja quem é o professor e ex-ministro Roberto Rodrigues

Foto: Divulgação/WEB

Por RÔMULO MONTENEGRO
Advogado/Professor Universitário
Ex-Secretário da Agricultura da Paraíba