No Setembro Amarelo, ansiedade em crianças e adolescentes supera incidência em adultos; saiba identificar sinais de alerta

No Setembro Amarelo, ansiedade em crianças e adolescentes supera incidência em adultos; saiba identificar sinais de alerta

Por Edmilson Pereira - Em 6 minutos atrás 2

A ansiedade entre crianças e jovens supera a incidência entre adultos, segundo dados da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do SUS. A plataforma, que monitorou dados de 2013 a 2023, revela que a taxa de pacientes com transtornos de ansiedade entre crianças de 10 a 14 anos é de 125,8 por 100 mil, enquanto entre adolescentes é de 157 por 100 mil. Em comparação, a taxa entre adultos com mais de 20 anos é de 112,5 por 100 mil.

Neste Setembro Amarelo, mês dedicado à preservação da vida, a psicóloga e psicopedagoga da Hapvida NotreDame Intermédica, Rosimery Santos, fala dos sinais de alerta em relação a saúde mental. Ela destaque que a ansiedade é uma parte natural do desenvolvimento emocional, mas quando se torna excessiva a ponto de afetar o comportamento cotidiano da criança e do adolescente, como alimentação e realização de atividades, é um sinal de alerta. Nestes casos, é essencial um acompanhamento clínico mais próximo.

Não há uma causa única para o aumento da ansiedade entre os jovens, mas vários fatores contribuem para esse cenário. O uso excessivo de dispositivos digitais, assim como o bullying e a ausência dos pais, especialmente em famílias com pais separados, são fatores significativos. “A falta de apoio familiar também pode aumentar a propensão ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade. Além disso, fatores biológicos e transtornos do neurodesenvolvimento podem contribuir para o quadro de ansiedade”, explica Rosimery.

Isolamento e baixa autoestima – A pandemia acentuou o problema, com o aumento do uso de telas e a privação social, contribuindo para o crescimento dos transtornos de ansiedade, principalmente em adolescentes. “O uso excessivo das redes sociais faz com que os adolescentes se tornem mais dependentes dos dispositivos digitais e se isolem socialmente.  Isso pode resultar em baixa autoestima, dificuldades para se entrosar em grupos, problemas no sono, aumento da irritabilidade, dificuldade de concentração e piora no rendimento escolar”, revela a psicóloga da Hapvida NotreDame Intermédica, Michelle Frazão.

O bullying no ambiente escolar também contribui para o desenvolvimento da ansiedade, pois pode levar a criança ou o adolescente a perder a sua identidade e a se sentir cada vez mais isolada e ansiosa. Muitos casos graves de ansiedade e solidão entre crianças têm sido associados a comportamentos autodestrutivos, como o auto-mutilamento. Além disso, crianças com transtornos de aprendizagem ou de desenvolvimento frequentemente enfrentam bullying e comparações negativas, o que diminui sua autoconfiança e aumenta a ansiedade devido às altas cobranças internas.

“Quando uma criança ou adolescente enfrenta bullying ou sente falta de pertencimento, ela adoece ainda mais. Isso pode resultar em isolamento social, queda no rendimento escolar, baixa autoestima, depressão, transtorno de ansiedade, síndrome do pânico e outros distúrbios”, afirma Michelle.

Sinais de alerta – Os sinais de ansiedade podem variar. Alguns são mais perceptíveis, como isolamento social, falta de comunicação, agitação, dores corporais, aceleração do ritmo cardíaco, choro, emagrecimento, falta de atenção e queda no desempenho escolar. No entanto, para outros, os sinais podem ser menos visíveis e exigir uma atenção mais cuidadosa, como uma escuta mais atenta e o envolvimento dos familiares.

Rosimery enfatiza a importância de ajudar esses jovens a reconhecer e validar suas emoções: “Ajudar as crianças e o adolescente a reconhecer e validar suas emoções, ter um momento de escuta e dedicar momentos para conversar com elas pode ser um fator de apoio, fazendo com que se sintam compreendidas e consigam controlar melhor essa ansiedade”, destaca.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Hapvida 

Foto: Divulgação