No Dia das Mães: Deputada Camila defende cuidado com saúde mental das mães atípicas e destaca projeto que cria política de acolhimento
Por Edmilson Pereira - Em 7 meses atrás 81
A invisibilidade do trabalho de cuidar e a falta de apoio para mães de filhos atípicos são desafios a serem superados por políticas públicas voltadas para as mulheres. Estudos mostram que muitas dessas mães estão adoecidas mental, física e emocionalmente. Estudo da Universidade da Califórnia e publicado na Revista Family Process, mostrou que as taxas de depressão em mães de crianças autistas eram altas: enquanto 50% delas apresentavam níveis elevados de sintomas depressivos durante um período de 18 meses, esse número estava entre 6% e 13% para mães cujos filhos tinham desenvolvimento típico.
Neste domingo (12), Dia das Mães, a deputada estadual Camila Toscano (PSDB) chama a atenção para o fato e defende políticas públicas voltadas a essas mães e aos seus filhos. A parlamentar é autora do projeto de Lei 936/23, de sua autoria, que cria a Política de Acolhimento e Capacitação para pais ou responsáveis de pessoas diagnosticadas com TEA. Ela também cobra do Executivo uma rede de atendimento psicológico especializado para mães de raros.
“A maternidade atípica envolve muitas vezes a busca pelo diagnóstico do filho, à procura por uma rede de apoio ideal e uma compreensão profunda das necessidades e emoções da mulher. Elas dedicam boa parte da vida aos cuidados com os outros, sobretudo com os filhos e, por muitas vezes, esquecem da própria saúde. O adoecimento dessas mães é uma questão grave que precisa do olhar do poder público. É preciso olhar para essa população urgente, pois elas estão precisando de ajuda”, disse Camila.
O projeto da deputada busca oferecer uma rede de suporte aos pais e responsáveis, fornecendo informações, capacitação e apoio emocional. O objetivo é empoderar esses responsáveis com o conhecimento e as habilidades necessárias para oferecer uma melhor qualidade de vida para seus dependentes, favorecendo seu desenvolvimento e inclusão social”, destacou Camila.
De acordo com Camila, a Política de Acolhimento tem como objetivos: oferecer apoio emocional e informativo aos pais e responsáveis; promover capacitação sobre o transtorno do espectro autista; facilitar o acesso a serviços públicos de saúde e educação especializada; e incentivar a inclusão social e escolar das pessoas diagnosticadas.
Apoio psicológico – Na Assembleia Legislativa, a deputada Camila Toscano apresentou requerimentos solicitando ao Governo do Estado a instalação de equipamento público estadual para o atendimento psicológico especializado às mães com filhos que possuem doenças raras. A solicitação foi feita para os municípios de Pilõezinhos, Pilões, Pedro Régis, Mulungu, Patos, Mari, Lucena, Livramento, Juarez Távora, João Pessoa, Jacaraú, Guarabira, Duas Estradas, Cuitegi, Cuité de Mamanguape, Conde, Catolé do Rocha, Campina Grande, Cajazeiras, Cabedelo, Borborema, Bayeux, Baraúna, Bananeiras, Araçagi e Alagoinha.
Dados – O estudo “Cuidando de quem cuida: um panorama sobre as famílias e o autismo no Brasil em 2020”, realizado pela Genial Care, mostra que 86% dos responsáveis pelo cuidado de crianças autistas são as mães. Os pais ocupam um lugar coadjuvante neste cenário, representando apenas 10% das respostas.
O levantamento mostra ainda que o nível de estresse experimentado por mães de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro do Autismo), por exemplo, assemelha-se ao estresse crônico apresentado por soldados combatentes, segundo um estudo feito com famílias norte-americanas e divulgado no Journal of Autism and Developmental Disorders.
Foto:Divulgação