Na corrida pela imunização, governo da Bahia vai testar vacinas chinesa e dos Estados Unidos e mira russos
Por Edmilson Pereira - Em 4 anos atrás 512
O Estado da Bahia é hoje um dos principais centros de testagem de vacinas contra o coronavírus no Brasil. Depois de iniciar os testes do imunizante da farmacêutica americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech na semana passada, o governo estadual vai assinar nos próximos dias acordo para os ensaios com a vacina chinesa Sinopharm. Além disso, negocia com a Rússia a testagem da primeira vacina registrada no mundo.
O governador Rui Costa (PT) vai assinar esta semana o protocolo de cooperação com o Grupo Farmacêutico Nacional da China (Sinopharm) para testagem de duas variações de uma vacina na Bahia e em outros Estados do Nordeste. Se aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), a parceria prevê o início dos testes na primeira quinzena de setembro, e duração de três meses.
Além da intenção de acordo com os chineses, os baianos já estão participando dos testes de outras vacinas. A instituição filantrópica Obras Sociais Irmã Dulce começou a receber na sexta-feira, em Salvador, os testes da vacina da farmacêutica Pfizer em parceria com a BioNTech. A expectativa é de que até o fim do mês todos os 500 participantes dos testes já tenham recebido a dose, que será reforçada após 21 dias. Todos os voluntários informam diariamente como se sentem por meio de um aplicativo. Eles ainda receberam um termômetro para medição da temperatura e uma linha direta que funciona 24 horas para reportarem alguma reação. A vacina está sendo testada na Bahia e em São Paulo.
No início do mês, o governo baiano já havia demonstrado interesse em uma parceria com a Rússia, responsável pelo registro da primeira vacina contra covid-19. A embaixada russa no Brasil confirmou as negociações. “As partes conversaram sobre o estabelecimento de uma possível parceria entre as instituições de pesquisa nordestinas e os centros científicos russos nos testes e produção da vacina”, diz nota da embaixada sobre a reunião virtual entre seus representantes e os do governo baiano no dia 30 de julho.
Estoque
Fábio Vilas-Boas, secretário da Saúde da Bahia, revela existir preocupação entre as autoridades de saúde quanto à escassez de vacinas, quando elas forem aprovadas. “Nossa intenção foi fazer esse acordo (com a China) para ter acesso antecipado aos estudos do imunizante, participar do desenvolvimento e ter direito de aquisição no momento da distribuição. A ideia é se antecipar. Acreditamos que pode haver falta de vacina”, diz.
De acordo com o secretário baiano, os investimentos na compra das vacinas chinesas ainda não foram definidos, pois dependem do avanço das negociações. Embora a aquisição seja de competência do governo federal, dentro do Programa Nacional de Imunizações, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, sinalizou que dará suporte às tratativas dos governos estaduais.
Vários Estados informam que aguardam iniciativa e orientação do Ministério da Saúde sobre as parcerias com as instituições de pesquisa para testes das vacinas. “É preciso prudência para não criar falsas expectativas. A gente precisa aguardar mais detalhes e as próximas manifestações. A coordenação do Programa Nacional de Imunizações é do governo federal”, avalia o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo.
Fonte: Paraíba Notícia e Agência Estado