MP-PB reúne lideranças religiosas no combate à violência contra a mulher

MP-PB reúne lideranças religiosas no combate à violência contra a mulher

Por Edmilson Pereira - Em 5 anos atrás 692

O Núcleo Estadual de Gênero do Ministério Público da Paraíba reuniu representantes de lideranças religiosas, na manhã desta segunda-feira, para discutir estratégias de enfrentamento da violência contra a mulher nas igrejas e espaços religiosos. O compartilhamento do protocolo de atendimento às vítimas e a abertura de espaços para a atuação das instituições indutoras e promotoras das políticas públicas.

O encontro está na programação dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que congrega vários eventos promovidos pelos órgãos que integram a Rede Estadual de Atenção às Mulheres em Situação de Violência.

A reunião foi conduzida pelo coordenador do Núcleo de Gênero do MPPB, o procurador de Justiça, Valberto Cosme de Lira, e contou com a participação de representantes das igrejas evangélicas e católicas e do Poder Legislativo: Fausto Filho (Associação dos Pastores Evangélicos da Paraíba – Apep; Nelson de Oliveira Soares e Newton Marcelo Paulino de Lima (Arquidiocese da Paraíba) e a deputada Camila Toscano (Assembleia Legislativa da Paraíba). Também foram convidados representantes de outras religiões, a exemplo dos espíritas e das religiões de matriz africana, mas não estiveram presentes.

Os representantes da Arquidiocese manifestaram o desejo de que o Ministério Público e os órgãos que integram a Rede de Mulheres disponibilizem ou construam ou adaptem um protocolo que possa guiar a atuação dos líderes religiosos em suas comunidades, que inclua a identificação, comunicação (denúncia), acolhimento e acompanhamento das vítimas. As igrejas católica e evangélica se mostrou dispostas a somar, mas também colocaram suas limitações e dificuldades de conduzir o processo que começa na identificação de vítimas e agressores.

Portas abertas e projetos do MPPB

Já o representante da Apep destacou a facilidade que as igrejas evangélicas têm de acesso a mulheres, tanto a evangélicas quanto de outras religiões que estão nas comunidades onde as igrejas atuam, e se colocou à disposição dos órgãos para abrir essas portas para que a informação e as práticas em torno do enfrentamento à violência cheguem a todas. O pastor Fausto Filho destacou o fato de muitas mulheres não denunciarem seus companheiros, por causa do impacto disso para a vida dela e dos filhos, a exemplo da dependência financeira, e falou da necessidade de se buscar os caminhos para reduzir o impacto da denúncia, seja na atuação das igrejas, do Ministério Público e de outros órgãos que possam estar junto às vítimas. Ele também colocou a importância de trabalhar com os agressores, considerando as situações que os levaram a isso e buscando a mudança de vida.

A deputada Camila Toscano, presidente da Comissão dos Direitos da Mulher da ALPB, colocou o órgão à disposição das lideranças religiosas e, juntamente com o procurador Valberto Lira, destacou os projetos do Ministério Público da Paraíba “Refletir” (grupos reflexivos para audar agressores a não reincidirem) e “Florescer Mulheres” (grupos operativos para ajudar mulheres a romper o ciclo de violência). Ela disse que teve oportunidade de conhecer o Florescer e ficou impressionada com o seu alcance. “As igrejas oferecem o apoio espiritual, que é muito importante, e outras instituições criam e facilitam o acesso às políticas Públicas. Assim, fechamos os elos e mostramos às mulheres que elas não estão sozinhas”, disse.

O procurador Valberto Lira acolheu as sugestões dos líderes religiosos, lamentou a ausência de representantes de outras religiões (talvez a mudança do horário da reunião, que estava marcada para o período da tarde, tenha impedido a participação) e adiantou que um novo encontro deverá ser realizado na segunda quinzena de janeiro para avaliar os encaminhamentos dados e traçar outras estratégias de enfrentamento da violência contra a mulher em parceria com as religiões.

Mobilização em todo o Estado

A campanha ’16 Dias de Ativismo’ tem como objetivo a promoção de uma série de eventos e ações pelo fim da violência contra a mulher, no Estado. Está sendo realizada desde o último dia 25, com a presença de membros do Núcleo de Gênero do MPPB, do Tribunal de Justiça, da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PB), das secretarias de Estado da Mulher (Semdh) e da Segurança e Defesa Social (Seds), das prefeituras de João Pessoa e Campina Grande e outros parceiros que formam a Rede Estadual de Atenção às Mulheres em Situação de Violência (Reamcav).

Na programação constam panfletagens em municípios da Paraíba, sarau poético, reuniões com o Movimento de Mulheres da Paraíba e com lideranças religiosas, caminhada, blitze educativas em bares e boates para tratar do assunto e campanha em condomínios residenciais, além de audiência pública, no Dia do Laço Branco, 6 de dezembro, às 9h30, na Assembleia Legislativa. A campanha também será realizada, durante todo o período, nas redes sociais, com a divulgação dos serviços de disque-denúncias 123, 180, 190 e 197.

Próximos eventos

06/12: às 9h30, na Assembleia Legislativa do Estado, audiência pública ‘Dia do Laço Branco’, homens pelo fim da violência contra as mulheres;

-às 19h, blitzen educativas;

08/12: Caminhada Global da ONU e panfletagem;

– 10/12: das 8h às 12h, no auditório da Sinduscon, lançamento da campanha “Violência contra a Mulher, aqui não”, para condomínios residenciais.

Fonte: Assessoria de Comunicação do MP/PB