Morre em João Pessoa a radialista Irece Botelho, ex-funcionária das rádios Tabajara e Arapuan
Em 6 anos atrás 1468
Vítima de complicações causadas por Alzheimer, faleceu na madrugada deste domingo (11), a radialista pessoense paraibana Irece Botelho. Ela tinha 73 anos, se sentiu mal e foi levada a Unidade de Pronto Atendimento do bairro de Cruz das Armas onde recebeu socorro médico, mas terminou morrendo.
Irece Martins Botelho nasceu em 6 de maio de 1945, em João Pessoa. Começou sua trajetória no rádio aos 16 anos de idade com locuções comerciais na Rádio Tabajara. Das décadas de 1960 a 1980 atuou como locutora nas rádios Caturité, em Campina Grande, Correio e Arapuan, na capital.
Além de radialista, Irece Botelho também era colunista e escrevia artigos para semanários e jornais como O Norte, Correio da Paraíba, O Combate, O Momento, A Hora, entre outros periódicos, nos anos de 1970 e 1980. Em suas colunas abordava temas do universo musical, direito à diversidade e diferenças individuais e em defesa dos animais.
Ao longo da sua trajetória no rádio e em jornal, a radialista entrevistou artistas como Ângela Maria, Maysa, Núbia Lafayette, Carmem Costa, Clara Nunes, Cláudia Barroso, Nara Leão, Perla, o cantor Pery Ribeiro e a atriz Renata Sorrah, entre outros.
Irece Botelho se aposentou na década de 1980. Considerada uma das vozes mais bonitas do rádio paraibano, um dos seus últimos trabalhos foi na gravação de spots publicitários para um projeto musical organizado pelo radialista e jornalista Germano Barbosa.
O radialista Jadir Camargo, que trabalhou com Irece em algumas emissoras de João Pessoa deu o seguinte depoimento sobre a radialista Irece Botelho:
Irece Botelho. Pouco se tem a dizer de sua vida pessoal. Irece era uma pessoa de poucas conversas. Eu a conheci no comecinho dos anos 70, na rádio Arapuan, onde ela integrava ,com uma brilhante atuação, o cast jornalístico, fazendo os noticiários da emissora, já que era possuidora de uma beleza vocal ímpar, uma interpretação impecável dos informativos e até comparada, algumas vezes, com a grande Iris Lettieri (Primeira mulher a atuar como locutora de telejornais no País, “a voz do aeroporto” com seu estilo indiscutível, marca e destaca comerciais de produtos e serviços no rádio, na televisão e nos vídeos de todo o Brasil). Irece tinha o hábito do tabagismo. Era um cigarro emendado no outro. Isso motivou algumas doenças que a fizeram envelhecer precocemente, a ponto de ter uma participação considerada relativamente de curta duração na radiofonia. Ultimamente, viva em sua residência, amparada pelo filho Ranieri, amargando momentos de intenso desconforto, com as doenças que a acometeram,oriundas não só da idade, mas do vício do cigarro,seu companheiro, seu inimigo, durante um longo tempo de sua vida.Com Irece, parte um capítulo do rádio feito com muito profissionalismo, com garra e muita habilidade e competência.
Com a saúde debilitada, a jornalista perdeu parte da audição e tinha a doença de Alzheimer. Irece Botelho morava com o filho Raniere Martins, com a nora e uma neta. A família ainda não informou os locais de velório e sepultamento.
Com colaboração de Marcela Machado e Lenilson Guedes