Ministro Pazuello diz em comissão do Congresso que estoques de hidroxicloroquina do governo estão zerados

Ministro Pazuello diz em comissão do Congresso que estoques de hidroxicloroquina do governo estão zerados

Por Edmilson Pereira - Em 4 anos atrás 440

Fonto: Gustavo Sales/Câmara dos Deputados

O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira (13) que os estoques de hidroxicloroquina da pasta para auxílio no tratamento da covid-19 estão zerados no país. A declaração foi dada em audiência pública na Comissão Mista do Congresso, que fiscaliza as ações do governo no combate à epidemia.

O ministro disse que os médicos têm autonomia para prescrever o medicamento a pacientes com covid-19 de acordo com sua avaliação. Segundo ele, apesar disso, não há problemas em questionar o uso do remédio o tratamento da doença. Mas, lembrou que a hidroxicloroquina é solicitada ao Ministério da Saúde.

“Nosso estoque hoje, no Ministério da Saúde, é zero. É zero! Não temos nem 1 comprimido para atender as demandas. Nós temos uma reserva de 300 mil itens apenas para atender malária guardados, o que representa algo em torno de 20% do que eu preciso por ano para malária”, disse Pazuello. Ele ressaltou também que o ministério não faz entrega sem demanda das secretarias dos Estados e municípios.

Ainda segundo o ministro interino, os pedidos por hidroxicloroquina não atendidos correspondem a mais de 1,6 milhão de doses para os Estados e municípios. A Fiocruz, segundo Pazuello, tem 4 milhões de comprimidos que aguardam negociação de preço.

“Não temos como comprar, porque o preço de custo dela, que é o que nos colocam, está acima do que nós podemos pagar na tabela CMED [Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos]. Então, essa produção da Fiocruz ainda não foi adquirida pela simples razão de negociação de valores, coisa que acontecerá nos próximos dias”, afirmou.

Pazuello disse há estoque de 2 milhões de unidades de doação americana no LQFEx (Laboratório Químico Farmacêutico do Exército), mas como veio em cartelas de 100, precisam ser recolocadas nas quantidades permitidas no Brasil. O interino disse ainda que, se não fosse pela pandemia de covid-19, a quantidade disponível estaria de acordo para atender a demanda do SUS (Sistema Único de Saúde) para as doenças como malária, lúpus e artrite.

Cenário

Sobre o cenário atual da covid-19 no país, Pazuello disse que as regiões Norte e Nordeste já apresentam números bem baixos, “praticamente já dentro de uma normalidade de vida”. “ Não existe fim do coronavírus. O coronavírus veio para viver conosco. Então, vamos começar a nos lembrar disso, não houve fim do H1N1, só se ele mutar para outro número. O coronavírus vai viver conosco também”, afirmou.

O ministro interino lembrou outras pandemias como a do vírus da Aids – HIV, no final da década de 1980. “Nossos hábitos mudaram e assim que coloco que nossos hábitos vão mudar com relação a conviver com o coronavírus”.

No rol dessas mudanças, ele destacou os hábitos de higienizar as mãos, de evitar aglomeração e da readaptação das indústrias, por exemplo, que terão que pensar em um afastamento maior na planta de produção.

Eduardo Pazuello estima que, a partir de meados de setembro, os números do Centro-Sul estarão definidos o suficiente para traçar uma projeção para o final do ano: “Eu posso lhe afiançar que no final do ano, no Centro-Norte, nós vamos estar vivendo uma nova normalidade, com novos hábitos. E posso lhe afiançar que lá pelo meio de setembro, início do setembro, eu lhe digo exatamente como vai estar o centro-sul também, na visão do Ministério da Saúde, de uma forma bem clara. Eu acredito que tanto o Norte quanto o Sul estejam iguais. Vamos esperar um pouquinho o mês de setembro chegar para ver as curvas descerem”, disse.

Vacinação

A expectativa do Ministério da Saúde é de que no final do ano o Brasil esteja prestes a iniciar a campanha de vacinação contra o novo coronavírus. A imunização, segundo Eduardo Pazuello, vai começar pela região Centro-Norte.

“Pela simples razão de que ali iniciará novamente o impacto das contaminações virais e vai se estender pelo Brasil como um todo na sequência”, afirmou.

Fonte: Paraíba Notícia e Agência Brasil