Médicos poderão aprofundar conhecimentos em cannabis medicinal, em evento científico
Por Edmilson Pereira - Em 1 ano atrás 268
A cada dia, a ciência, por meio de pesquisas, comprova a segurança e o potencial terapêutico do uso da cannabis medicinal no manejo dos mais variados tipos de doenças, como dor crônica, epilepsia, esclerose múltipla, autismo, Alzheimer, Parkinson, sintomas frequentemente associados ao câncer como náuseas, vômitos, inapetência e, ainda, outros problemas que também, atingem a qualidade de vida de milhares de pessoas, como a insônia e a ansiedade.
Com isso, a demanda de pacientes vem seguindo crescimento exponencial: neste ano, entre janeiro e junho, foram 66.159 autorizações para importações de medicamentos concedidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – aumento de 95% em relação ao mesmo período de 2022, isso sem contar o volume cada vez maior de pacientes que já compram os produtos diretamente em farmácias de todo o Brasil.
Diante do cenário, o aprofundamento médico na questão se faz cada vez mais necessário e, para contribuir com os avanços, a WeCann Academy – comunidade internacional e centro de formação em Medicina Endocanabinoide – realizará o WeCann Summit 2023, nos dias 24 e 25 de novembro, no Royal Palm Hall, em Campinas (SP).
O evento tem como propósito compartilhar conhecimento técnico com embasamento científico sobre o uso medicinal da cannabis, visando quebrar paradigmas na comunidade médica e ampliar o acesso seguro e assertivo às terapêuticas baseadas no sistema endocanabinoide.
Em dois dias de imersão, serão mais de 30 palestras com a presença das maiores referências nacionais e internacionais no assunto, participação de mais de 1.500 médicos, além de feira de exposições, com a apresentação das principais empresas e indústrias do mercado. As vagas são limitadas e médicos de variadas áreas, além de acadêmicos de Medicina, podem se inscrever no site summit.wecann.academy.
O evento será realizado em cooperação técnica com a IACM (International Alliance for Cannabinoid Medicines), sociedade científica de maior respaldo e credibilidade na disseminação do conhecimento sobre cannabis medicinal existente atualmente no mundo, sendo essa a primeira a iniciativa apoiada pela renomada instituição na América Latina.
Durante o WeCann Summit, também será apresentado o inédito Mapa de Evidências de Cannabis Medicinal, com o objetivo de facilitar o acesso completo e imparcial às evidências científicas disponíveis. O estudo e análise do Mapa foi realizado em parceria com o Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN) e o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME), responsável pela democratização do acesso e uso de informação baseada em evidência científica da Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). As equipes técnicas da WeCann, CABSIN e BIREME/OPAS/OMS uniram esforços para atualizar a literatura científica sobre o uso medicinal da cannabis a fim de apoiar profissionais de saúde, tomadores de decisão e pesquisadores na construção de ações de saúde baseadas em evidências.
Ascensão e formação médica
A neurocirurgiã Patricia Montagner, idealizadora do WeCann Summit e fundadora da WeCann Academy, ressalta que as constantes evidências científicas em torno dos benefícios da cannabis medicinal colocam a Medicina diante de um potencial farmacológico disruptivo.
A especialista lembra que, no entanto, em meio a uma avalanche de informações equivocadas e enviesadas, existem milhares de pacientes que estão usando produtos à base de cannabis sem a orientação adequada de seu médico assistente. “E pior, muitas vezes, usam sem indicação e acompanhamento médico. A maioria desses pacientes são portadores de doenças crônicas e incapacitantes, e fragilizados por falhas sequenciais nos tratamentos convencionais, tentam usar derivados canabinoides de forma empírica, pouco segura e assertiva”, ressalta.
Patricia salienta que, mesmo que sem aprofundamento, todo e qualquer médico deve ter conhecimento mínimo nessa área para orientar e proteger o paciente. “Há questões equivocadas, com interesses nitidamente direcionados e precisamos nos unir para orientar a comunidade médica de forma ética e cientificamente apropriada”, conclui.
Fonte: Predicado Comunicação