MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania, Senadora Simone Tebet queria Leite na vice, mas terá Bivar. Moro ficou na chuva; Doria, só

MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania, Senadora Simone Tebet queria Leite na vice, mas terá Bivar. Moro ficou na chuva; Doria, só

Em 2 anos atrás 513

Luciano Bivar será indicado pré-candidato à Presidência pelo União Brasil nesta quinta-feira (14). Desse modo, o cacique do União Brasil coloca seu nome na mesa de negociações da terceira via com vistas a ficar com a vaga de vice na chapa provavelmente encabeçada por Simone Tebet.

A senadora do MDB é hoje a preferida para ser o “nome único” do auto-denominado centro democrático para concorrer à Presidência. Simone Tebet queria, e no fundo ainda quer, que seu vice fosse o tucano Eduardo Leite. Ocorre que é Bivar (e não Leite) o dono da bola.

O União Brasil que Bivar preside tem tudo de que carece o hoje pé-rapado partido de Eduardo Leite: dinheiro, tempo de TV e estrutura nos estados.

Juntando os fundos eleitoral e partidário do União Brasil e do MDB, a chapa Simone-Bivar representa uma aliança de R$ 1,5 bilhão, uma cifra com alto poder de persuasão em qualquer grupo.

Nessa composição, tudo indica que será essa a formação a ser anunciada no dia 18 de maio pelos partidos que compõem a chamada terceira via (além do MDB, PSDB e União Brasil, também o Cidadania).

Confirmada a chapa Simone-Bivar, o ex-governador de São Paulo João Doria terá de se resignar a permanecer no grupo como cabo eleitoral da senadora ou então sair dele — numa decisão que terá de ser tomada em conjunto com seu partido.

O mesmo ocorrerá com Eduardo Leite, que, ao contrário de Doria, poderá sonhar com as reviravoltas que a política dá, uma vez que sua participação na corrida presidencial ainda tem a simpatia de algumas lideranças do grupo, e dado que as convenções que sagrarão os nomes presentes nas urnas em outubro só ocorrem em julho.

Já para Sérgio Moro, basta a indicação de Bivar como pré-candidato do União Brasil amanhã para atestar que ele caiu numa arapuca ao saltar do Podemos para o partido de Bivar no último minuto da janela partidária.

Moro tinha a esperança de manter sua pré-candidatura à Presidência no União Brasil, mas essa possibilidade nunca esteve no radar da sigla.

A partir desta quinta-feira (14), a opção de concorrer ao Senado será a menos pior para o ex-juiz, mas a decisão não depende dele.

Passa obrigatoriamente por uma negociação com o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia. Candidato do PSDB nas eleições estaduais, Garcia selou aliança com o MDB e o União Brasil, e prometeu reservar o Senado para a sigla de Bivar. Ocorre que Henrique Meirelles, recém filiado ao União Brasil, também está de olho na vaga, assim como um par de tucanos.

Sérgio Moro ficou na chuva.  E agora terá de espernear para não ser rebaixado a um mero puxador de votos do União Brasil, na condição de candidato a deputado federal que ele já declarou não querer ser.