Jeová Campos defende Estela Bezerra citada em relatório de desembargador sobre investigação da Operação Calvário

Jeová Campos defende Estela Bezerra citada em relatório de desembargador sobre investigação da Operação Calvário

Por Edmilson Pereira - Em 5 anos atrás 773

O deputado Jeová Campos (PSB) defendeu a deputada Estala Bezerra (PSB), na manhã desta quarta-feira (16) ao ser indagado sobre a citação da colega parlamentar no relatório do desembargador Ricardo Vital, nas investigações da Operação Calvário. Jeová indignou-se com a forma com vem sendo conduzidas as investigações e criticou o vazamento de informações que, utilizadas pela imprensa, estão condenando Estela Bezerra antes mesmo que ela seja intimada e apresente sua defesa.

Segredo de justiça

Em entrevista na manhã desta quarta-feira (16), Jeová respondeu às perguntas dos jornalistas explicando que o processo corre em segredo de justiça e se vazou a informação de que Estela é citada na investigação é porque tem interesse de alguém nisso. “Interessante, vocês fazem uma pergunta já dizendo que a pessoa está envolvida. Eu particularmente acho que precisa ter cautela com a palavra ‘envolvimento’. Vocês já perguntaram a Estela para saberem se tem relação a citação do nome dela?”, iniciou o parlamentar. “Isso não é democrático. Isso é tirano o que está acontecendo no Brasil. Todo esse processo é em sigilo ou quem aqui conhece o conteúdo da delação? Temos que saber o que temos na delação. Tudo ilação, vazamento. Quem conhece as delações? Agora vai ficar todo mundo com a espada no pescoço? Como parte da imprensa que tem seus interesses já partem como se a pessoa já tivesse condenada. Não acho isso justo”, comentou o deputado.

“Fábrica de prisões preventivas”

Jeová, que também é advogado, vem apontando diversos erros que estão sendo cometidos em investigações no Brasil. Recentemente, o parlamentar também se pronunciou a respeito da prisão do secretário Ivan Burity. “Sou crítico dessas operações que prendem para depois investigar. Pelo principio fundamental da ampla defesa, o investigado tem o direito de saber de que lhe acusam. Você aqui está sendo preso antes mesmo de produzir uma contraposição àquilo que lhe acusam. Isso é antidemocrático e fere o principio do processo legal. O poder judiciário, especialmente o Ministério Público, tem toda a legitimidade de investigar, mas esse direito não pode ferir as liberdades, não tem outra proteção senão a liberdade. No Brasil, está sendo uma fabrica de prisões preventivas”, comentou o parlamentar.

Jeová também critica as chamadas “coesões coercitivas”. “Desde que se começou a fazer coesões coercitivas sem sequer a pessoa ser intimada para comparecer ao tribunal, que isso está acontecendo. Aconteceu com o presidente Lula e outras centenas de pessoas pelo país”, lembrou Jeová. “Ora a coesão coercitiva é feita quando se convoca a pessoa e ela não comparece. Você desobedece uma ordem. Aqui está sendo feito ao contrário”, afirmou.

Fonte: Assessoria de Comunicação