Hibristofilia: 'A tara do amor bandido' é o novo livro da advogada e escritora Erika Bruns

Hibristofilia: ‘A tara do amor bandido’ é o novo livro da advogada e escritora Erika Bruns

Por Edmilson Pereira - Em 2 anos atrás 983

Com lançamento previsto para o primeiro trimestre de 2023, a escritora e advogada criminalista,  Erika Bruns, traz para o seu público-leitor o volume intitulado A tara do amor bandido – hibristofilia em uma composição humanista, pela editora Ideia.

Esse trabalho fecha o ciclo de uma trilogia cuidadosamente ambientada a partir do seu escritório de advocacia criminal. Mulher, advogada e boa leitora, a autora se fez ouvinte empática dos relatos das muitas mulheres que se valiam dos seus serviços, elas mesmas clientes ou ainda aquelas que mantinham relacionamento afetivo com seus clientes e, nesse cenário, trouxe à superfície uma questão que ainda se manifesta como tabu: a hibristofilia, ou a ‘síndrome do amor bandido’.

Dessa vivência resultou uma pesquisa pensada nos discursos dos relacionamentos afetivos invisibilizados e, de certo modo até estrategicamente “esquecidos” pela sociedade, sobretudo porque nem sempre é aceito que pessoas em liberdade se relacionem com apenados e apenadas. Regra geral, essas pessoas são colocadas à margem e entregues ao Sistema Penal para que completem o seu tempo de punição conforme prevê a Lei, entretanto há um universo formado por pessoas que se apaixonam por outras, desde que estas estejam em condição de privação de liberdade.

                                                                       Advogada Erika Bruns

Os motivos que despertam essa paixão são os mais variados e vão desde acreditar eu o amor regenerará o outro até por empoderamento de quem está do lado de fora pela posição na qual o objeto do seu afeto se encontra na hierarquia do crime.

Utilizando a sua habilidade de escritora e lançando mão desses relatos, Erika Bruns não somente discutiu a hibristofilia, trouxe seu conceito, ajudou a desmistificar esse relacionamento entre pessoas hibristófilas, como nesse último volume mostrou outros rostos não apenas femininos e outros atores sociais.

A psicologia dá-lhe o nome de hibristofilia e define-o, simplificadamente, como uma atração sexual por pessoas que cometeram uma atrocidade ou um crime, como assaltos à mão armada ou até violações e homicídios. A primeira pessoa a fazer referência ao termo foi o psicólogo e sexólogo John Money, nos anos 50.