Gaeco realiza terceira fase da Operação Indignus com mandados de busca e apreensão contra suspeitos de desvios no Hospital Padre Zé
Por Edmilson Pereira - Em 10 meses atrás 630
Para o cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão, em João Pessoa e Patos, Agentes do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado – GAECO do Ministério Público do Estado da Paraíba, cumprem na manhã desta quinta-feira (14), em conjunto com a Polícia Militar e Polícia Civil, mandados de busca e apreensão na nova fase da Operação Indignus, que apura suspeita de desvios no Hospital Padre Zé, em João Pessoa.
Hoje são cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados a seis investigados e quatro empresas, sendo três em João Pessoa e sete em Patos.
Esta fase é um desdobramento da “Operação Indignus” que trata da apuração dos ilícitos relacionados ao pagamento de propina, lavagem de dinheiro, desvio de finalidade e apropriação indébita, dentre outros, de valores repassados majoritariamente pelos cofres públicos ao Instituto São José, ao Hospital Padre Zé e à Ação Social Arquidiocesana/ASA, envolvendo um Núcleo de Empresas e pessoas geridas por investigados.
São três mandados estão sendo cumpridos em João Pessoa e sete em Patos. A força tarefa responsável pela operação é composta pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado –(Gaeco) do Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB), pela Polícia Militar da Paraíba e pela Polícia Civil da Paraíba da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Juízo de Direito da 4ª Vara Criminal da Capital – Poder Judiciário da Paraíba. A ação de hoje conta com a participação de 30 integrantes do GAECO-PB (incluindo membros e servidores), com 20 integrantes da Polícia Militar e 20 integrantes da Polícia Civil da Paraíba (delegados e policiais civis), formando uma efetivo de aproximadamente 66 agentes públicos.
A operação indignus
A primeira fase da operação indignus foi deflagrada em 05 de outubro de 2023. A operação tem como objetivo apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana/ASA. Segundo as investigações há indícios de possíves desvios de recursos públicos destinados a fins específicos, por meio da falsificação de documentos e pagamento de propinas a funcionários vinculados às referidas entidades.
Os desvios seriam comandados pelo ex-administrador do Instiuto São José, o padre Egídio de Carvalho.
De acordo com o Gaeco, a investigação aponta para uma absoluta e completa confusão patrimonial entre os bens e valores de propriedade das referidas pessoas jurídicas com um dos investigados, com uma considerável relação de imóveis atribuídos, aparentemente sem forma lícita de custeio, quase todos de elevado padrão, adornados e reformados com produtos de excelentes marcas de valores agregados altos.
Valor dos desvios
Ao longo de pouco mais de 10 anos, os desvios no Hospital Padre Zé e na ASA teriam chegado a mais de R$ 140 milhões, conforme aponta até o momento as investigações da força-tarefa. O suposto esquema montado pelo padre Egídio teria bancado desde vinhos no valor de R$ 1,500 à imóveis de luxo na beira-mar de João Pessoa.
Para comandar o esquema, Egídio não agiria sozinho e contaria com a colaboração de algumas pessoas, entre elas Amanda Dantas e Jannyne Almeida, que atuavam no alto escalão do hospital filantrópico Padre Zé.
Prisão
O padre Egídio de Carvalho Neto, Amanda Dantas e Jannyne Almeida foram presos em 17 de novembro. Quase um mês após o ocorrido, Egídio e Jannyne seguem em regime fechado, já Amanda teve a prisão em regime fechado revertida para prisão domiciliar, com base em um pedido devido ao fato de que ela é mãe de uma criança com menos de dois anos de idade.
Hospital ‘quebrado’
A nova administração do Padre Zé revelou à imprensa que ao assumir a unidade de saúde encontrou o equipamento ‘quebrado’ financeiramente. Entre os rombos fruto da gestão do padre Egídio estão dois empréstimos que somados chegam ao valor de R$ 13 milhões.
Com dificuldades para pagar a folha de funcionários que chega a mais de R$ 500 mil mensalmente, a instituição tem sido mantida com o auxílio de um grupo de empresários e com as doações feitas pela população.
Fonte: Assessoria de Imprensa