Em disputa polarizada entre Rodrigo Pacheco e Simone Tebet, Senado Federal realiza eleição para escolha da Mesa Diretora nesta segunda-feira

Em disputa polarizada entre Rodrigo Pacheco e Simone Tebet, Senado Federal realiza eleição para escolha da Mesa Diretora nesta segunda-feira

Por Edmilson Pereira - Em 4 anos atrás 432

O Senado Federal elege nesta segunda-feira (1º) o presidente que ficará à frente da Casa pelos próximos dois anos. Para que seja eleito, são necessários os votos de 41 dos 81 senadores. A votação será realizada de forma presencial e com voto secreto.

Quatro senadores oficializaram suas candidaturas à presidência: Jorge Kajuru (Cidadania-GO), Major Olímpio (PSL-SP), Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Simone Tebet (MDB-MS). Pacheco é tido como o favorito ao pleito, mas enfrenta forte concorrência da senadora sul-mato-grossense, mesmo abandonada por seu próprio partido. Kajuru e Olímpio correm por fora e se candidataram para marcar posição.

Por ser o candidato do atual presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Pacheco leva vantagem no número de votos declarados. Nos últimos dias, o parlamentar mineiro viu o otimismo por sua eleição crescer ainda mais, após Simone Tebet anunciar que não terá o apoio formal de seu partido, o MDB, nas eleições e lançar sua candidatura de forma avulsa. A sigla tem a maior bancada do Senado.

O movimento de descolamento de Simone do MDB ocorre diante das recentes tratativas entre a sigla e Davi Alcolumbre para angariar cadeiras na Mesa Diretora em troca do apoio a Pacheco. Com a ruptura entre a parlamentar e o partido, a expectativa é de que o senador mineiro ganhe mais votos, ficando assim ainda mais próximo dos 41 necessários para sua condução à chefia da Casa.

Jorge Kajuru

Ao mesmo tempo que anunciou que está na disputa pela presidência, Kajuru adiantou que vai apoiar a candidatura de Simone Tebet.

De acordo com o senador, seu nome foi lançado como forma de “marcar posição” em pronunciamento que fará no dia da eleição como protesto à atual Presidência do Senado.

 — Quando terminar eu direi o seguinte: não sou candidato, vocês aí podem ter melhores qualidades do que eu, mas vocês não têm uma qualidade que eu tenho: chama-se coragem — afirmou.

Lasier Martins

Último a entrar na disputa, Lasier é advogado e jornalista. Foi eleito senador em 2014 e atualmente é o 2º vice-presidente do Senado, eleito em 2019.

— Coloco meu nome em fidelidade aos princípios do partido, o Podemos, contra as velhas práticas do toma lá, dá cá, que é o que está acontecendo com o candidato oficial, através da discriminação na oferta de emendas extras, o que equivale a dizer compra de votos. Além de imoral, tira a independência do Senado, que o subordina ao presidente da República — disse o senador, acrescentando que defende a prisão em segunda instância, que não seria defendida pelo candidato apoiado pelo governo, Rodrigo Pacheco.

Major Olimpio

O senador Major Olimpio justifica sua candidatura por entender que o presidente da República, Jair Bolsonaro, tem se aproximado do PT, que apoia a candidatura de Rodrigo Pacheco. O parlamentar espera contar com o apoio do grupo que compõem o Muda Senado, mas reconhece que tem poucas chances.

“Vou disputar a eleição para presidente do Senado com a mesma sensação do time que entra em campo sabendo que o adversário tem vantagens (cargos e emendas) e tem o juiz como seu parceiro”, declarou em nota.

Rodrigo Pacheco

Rodrigo Pacheco lançou sua candidatura por meio de um manifesto em que se compromete, entre outras coisas, a garantir as liberdades, a democracia, as estabilidades social, política e econômica do Brasil, bem como a segurança jurídica, a ética e a moralidade pública, com respeito às leis e à Constituição. O senador ainda defende a pacificação da sociedade e a independência do Senado. Outro compromisso assumido foi o atendimento à crise sanitária do país em decorrência da covid-19, tanto do ponto de vista da saúde pública como da economia, gerando emprego e renda.

O senador tem 44 anos, é advogado e foi o mais jovem conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil, entre 2013 e 2015. Cumpriu um mandato como deputado federal por Minas Gerais (2015-2019) e foi presidente da Comissão e Constituição e Justiça da Câmara. No Senado, também atuou como vice-presidente da Comissão de Transparência e Governança (CTFC). Pacheco recebeu o apoio formal de nove partidos: DEM, PT, PP, PL, PSD, PSC, PDT, Pros e Republicanos.

Simone Tebet

Simone Tebet é advogada e filha do ex-presidente do Senado Ramez Tebet (1936-2006). Ela iniciou a carreira política em 2002, como deputada estadual, após trabalhar 12 anos como professora universitária. Em 2004, foi a primeira mulher eleita para o executivo municipal e em 2008 foi reeleita para a prefeitura de Três Lagoas (MS). Também foi a primeira mulher a assumir o cargo de vice-governadora de Mato Grosso do Sul, na gestão do então governador André Puccinelli, em 2011. Foi ainda Secretária de Governo entre abril de 2013 e janeiro de 2014. Anunciada como candidata primeiramente pela bancada do MDB, ela anunciou na quinta-feira (28) que disputa o cargo de forma independente.

— Nos momentos mais difíceis da nossa história, o Senado Federal e o Congresso Nacional acharam a saída dentro das instituições, dentro da democracia e do estado democrático de direito e agora não vai ser diferente — afirmou a senadora.

Fonte: Paraíba Notícia e Agência Senado