Em dia de alianças; Bolsonaro ganha o apoio de três governadores, e Lula leva PDT com aval tímido de Ciro

Em dia de alianças; Bolsonaro ganha o apoio de três governadores, e Lula leva PDT com aval tímido de Ciro

Por Edmilson Pereira - Em 2 anos atrás 577

A costura de alianças no segundo turno da corrida presidencial segue a todo vapor dois dias depois da votação. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou o apoio de três governadores, Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ao seu lado o PDT de Ciro Gomes, quarto colocado no primeiro turno com 4% dos votos, embora o pedetista, ao avalizar a decisão do partido, não tenha sequer mencionado Lula ou o PT.

O dia começou com Romeu Zema (Novo), governador reeleito em Minas Gerais, declarando voto em Bolsonaro. Zema chegou a tecer duras críticas ao presidente nos últimos anos, sobretudo, relativas à condução do governo federal durante a pandemia da Covid-19, mas já havia afirmado que não havia a possibilidade de se aproximar de Lula ou do PT.

Em seguida, foi a vez de Cláudio Castro (PL), correligionário do presidente também reeleito no Rio de Janeiro, visitar o Palácio do Planalto e posar ao lado de Bolsonaro, formalizando o apoio já esperado. “Sou apoiador do presidente, não tinha como não vir aqui e tentar me esforçar muito para o Rio ser a capital da vitória”, disse o governador do Rio.

O apoio menos previsível entre os governadores que aderiram a Bolsonaro nesta terça-feira veio de Rodrigo Garcia (PSDB), fora do segundo turno ao tentar a reeleição em São Paulo.

Ele chegou a ser cobiçado pelo PT de Fernando Haddad, que enfrentará o ex-ministro Tarcísio de Freitas (PL) na disputa pelo Palácio Bandeirantes, mas declarou voto em Bolsonaro e em Tarcísio de uma tacada só.

Outro ex-ministro de Bolsonaro, Sérgio Moro, que deixou o governo em meio a críticas ao presidente, reatou com o antigo chefe, com direito a troca de gentilezas entre ambos.

O anúncio de Garcia levou o deputado estadual Alexandre Frota a anunciar a desfiliação do PSDB, declarando voto em Lula. Outros dois importantes nomes da legenda afirmaram que votarão nulo: João Dória, ex-governador de São Paulo, e a senadora Mara Gabrilli, que foi vice na chapa de Simone Tebet (MDB). Já a legenda, em âmbito nacional, decidiu liberar os diretórios estaduais a costurarem os próprios acordos.

A própria Tebet, quarta colocada no primeiro turno, com 4,2% dos votos, recebeu uma ligação da socióloga Rosângela da Silva, a Janja, mulher de Lula, e a tendência é que a também senadora firme aliança com o PT, ainda que não haja formalização nesse sentido até o momento.

Por ora, o único presidenciável mais bem posicionado a se manifestar foi Ciro Gomes, seguindo o posicionamento do PDT. Já a senadora Soraya Thronicke (União), quinta colocada no primeiro turno, optará pelo voto nulo.

Roberto Freire, presidente do Cidadania, que fez parte da coligação de Tebet, anunciou que votará em Lula, posição que foi referendada pelo partido na Executiva Nacional, embora a bancada tenha se declarado neutra.

Quem também declarou a escolha pelo petista foi Armínio Fraga, presidente do Banco Central durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. “Vou declarar apoio a Lula”, disse Fraga, ponderando que “pensou em anular” o voto “para indicar pouca confiança nos dois finalistas, pensando nas oportunidades desperdiçadas pelo PT no poder”.

Fonte: O Globo

Foto: Divulgação