DOPING: Especialista explica tese da defesa do atacante Guerrero e ressalta: ”Muito difícil”
Por Edmilson Pereira - Em 7 anos atrás 1075
Depois de um período no Peru, a defesa de Paolo Guerrero voltou otimista e com uma tese de que o metabólito benzoilecgonina – presente na cocaína – e encontrado na urina do centroavante do Flamengo é proveniente da folha de coca utilizada para chá. Segundo a defesa, será investigado contaminação.
Médico especialista em medicina do esporte e ex-conselheiro da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Luís Horta analisou o cenário proposto pelos advogados do atacante. Ele considerou a tese viável, porém muito difícil de se provar.
– O atleta e sua defesa têm a possibilidade de dizer ou provar que não houve culpa ou negligência, o que é muito difícil neste caso, praticamente impossível. Nesse caso o atleta poderia ser completamente inocentado. Ou então, tentarem provar que não houve negligência nem culpa significativa, que poderá ter menos de dois anos. Mas isso tudo depende do caso, dos valores das concentrações – analisou Luis Horta.
O jogador peruano alega que não tomou a bebida de coca, mas consumiu outros tipos de chá em sua viagem à Argentina – partida em que houve o resultado analítico adverso. Uma contraprova foi solicitada, assim como uma análise mais detalhada da concentração do metabólito encontrado.
– Nos casos adversos para cocaína e nas análises dos laboratórios credenciados o método é qualitativo. Foi encontrado um metabólito da cocaína sem dizer a concentração. Qualquer quantidade é considerada um adverso. No entanto, a defesa do atleta pode sempre solicitar ao laboratório uma informação mais detalhada e solicitar a concentração do metabólito – disse Horta.
Guerrero e sua defesa se reuniram com dirigentes no domingo e na segunda-feira, com poucas pausas, para entender melhor o motivo de a substância Benzoilecgonina, principal metabólito da cocaína, ter aparecido na urina do jogador após teste antidoping realizado durante as Eliminatórias. Os membros da Federação se mostraram dispostos a resolver o caso e disponibilizaram toda a documentação do jogador enquanto esteve com a seleção.
– Se as concentrações forem baixas, o atleta pode ter administrado a cocaína, por exemplo, no dia anterior ao jogo. E ter tido o caso adverso por ter ingerido por exemplo cocaína dentro de um chá. O que é importante para a defesa do atleta – completou o médico.