Donos de empresas querem reajuste de R$ 3,20 para R$ 3,45 nos preços das passagens do transportes coletivos de João Pessoa

Donos de empresas querem reajuste de R$ 3,20 para R$ 3,45 nos preços das passagens do transportes coletivos de João Pessoa

Por Edmilson Pereira - Em 7 anos atrás 844

Com o aumento de combustíveis proposto pelo governo federal, o setor de transporte público se viu em uma situação delicada, tendo em vista o agravamento de dívidas, segundo informa o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivos Urbanos de João Pessoa (Sintur-JP).

A entidade verificou que o custo operacional, somente no quesito combustível, subirá R$ 4 milhões por ano – considerando o aumento de R$ 0,21 em cada litro de diesel. Mensalmente, os ônibus em João Pessoa consomem cerca de R$ 1,6 milhão de litros de combustível, gerando um custo adicional de R$ 336 mil. Diante desse panorama, o valor da passagem de ônibus poderá subir dos atuais R$ 3,20 para R$ 3,45.

Um dos argumentos do Sintur/JP é que somente neste mês de julho o setor reajustou os salários dos motoristas e cobradores, concedendo um aumento de 6% para a categoria. “Assumimos um ônus de mais de R$ 500 mil mensais com o reajuste salarial, mesmo sem termos tido o aumento de tarifa que precisávamos para cobrir todos os custos. Hoje, a tarefa mínima para nossa operacionalização deveria ser R$ 3,45”, explica o diretor de Relações Institucionais do sindicato, Isaac Júnior Moreira.

A situação do setor de transporte público está delicada em âmbito nacional. A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), no estudo “Situação econômico-financeira das empresas de transporte público urbano”, realizado entre 23 de março e 12 de maio deste ano, concluiu que 29,1% das empresas de ônibus do Brasil convivem com endividamento superior a 40% do faturamento anual e que 45,3% delas ingressaram em algum programa de recuperação fiscal a partir de 2014.

Em João Pessoa, o último reajuste nas passagens de ônibus aprovado pela prefeitura vigora desde 22 de fevereiro de 2017. O valor é inferior ao aprovado pelo Conselho Municipal de Mobilidade Urbana, que considera todos os custos do setor, como aumento no preço do combustível e gastos com a frota, por exemplo.

Outro levantamento da NTU indica que o setor já vinha convivendo com dificuldades há mais tempo, devido ao recuo da demanda, que teve queda de 42,5% entre 1994 e 2016 por conta do crescimento do transporte individual, principalmente de automóveis e motocicletas. Além disso, outro fator que contribui para a crise é o crescimento do transporte clandestino de passageiros, que viola a Lei Complementar Municipal 44/2007.