Dono dos shoppings Manaíra e Mangabeira é investigado na operação Xeque-mate da Polícia Federal

Dono dos shoppings Manaíra e Mangabeira é investigado na operação Xeque-mate da Polícia Federal

Por Wamberto Ferreira - Em 6 anos atrás 2527

A Operação Xeque-Mate, deflagrada nesta terça-feira (3), foi desencadeada a partir de uma colaboração premiada do ex-presidente da Câmara de Cabedelo, Lucas Santino, de acordo com a superintendência regional da Polícia Federal da Paraíba. O vereador teria procurado a PF espontaneamente e, por não ter acesso a provas, a investigação foi iniciada. O prefeito de Cabedelo, Leto Viana (PRP), e mais cinco vereadores foram presos.

A operação foi realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba e teve como objetivo desarticular um esquema de corrupção na administração pública no município localizado na região da Grande João Pessoa.

Equipes da Polícia Federal também cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do empresário Roberto Santiago, proprietário dos shoppings Manaíra e Mangabeira, em João Pessoa. Segundo a PF, há indícios de que houve a compra de vereadores de Cabedelo para impedir a construção do shopping Pátio Intermares.

O advogado do empresário, Marcos Pires, confirmou que Roberto Santiago não foi preso. “Não tenho nada a declarar, só vim prestar minha solidariedade ao amigo Roberto Santiago, empresário respeitado, bem quisto e de boa índole. Vamos nos reunir no shopping e a partir daí, ficar a par do que está acontecendo e o que será feito de nossa parte”, explicou o advogado do empresário.

A assessoria de Roberto Santiago informou que está apurando as informações, aguardando mais detalhes da própria PF, para divulgar um posicionamento sobre a operação.

O Sandro Magalhães informou que ainda está recebendo informações para poder emitir um posicionamento oficial. “Fomos pegos de surpresa. Vamos avaliar todo cenário para poder se posicionar. “Vou me reunir com alguns secretários, devo passar na superintendência da PF para acompanhar a situação. Talvez no final do dia, teremos uma posição”, afirmou.

Desvios milionários e patrimônio muito superior à renda

Segundo as investigações, o grupo teria desviado ao menos R$ 30 milhões, sendo R$ 4,8 milhões somente utilizando cargos fantasmas. A investigação foi desencadeada a partir de uma colaboração premiada do ex-presidente da câmara Lucas Santino.

O colaborador da Polícia Federal contou aos investigadores que o atual prefeito, inicialmente eleito como vice-prefeito em 2012, teria pago R$ 5 milhões ao ex-prefeito Luceninha para assumir o mandato.

Durante as investigações, ficou comprovado a participação das principais autoridades públicas do município que se beneficiavam do esquema de diversas formas, tendo registrado aumento patrimonial muito acima do condizente com sua renda.

De acordo com a Polícia Federal, somente na aquisição de imóveis nos últimos cinco anos, verificou-se que um agente político envolvido movimentou mais de R$ 10 milhões à margem do sistema financeiro oficial.