Deputado Glauber Braga do Psol suspende greve de fome após acordo com presidente da Câmara

Deputado Glauber Braga do Psol suspende greve de fome após acordo com presidente da Câmara

Por Edmilson Pereira - Em 3 semanas atrás 490

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) decidiu suspender a greve de fome, nesta quinta-feira (17), após diálogo com parlamentares do PSOL e apoiadores. A decisão foi tomada após diálogo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que prometeu adiar a votação da cassação do parlamentar em plenário para o segundo semestre.

“Quero dizer que estou suspendendo a greve de fome, mas nós não estamos suspendendo a luta contra o orçamento secreto”, afirmou Glauber. Segundo o parlamentar, ele agora começará o período de transição e recuperação.

Glauber iniciou a greve de fome no dia 9 de abril após o Conselho de Ética votar pela cassação dele, por 13 votos a cinco. Durante esse período, ele ficou dormindo no plenário de uma comissão da Câmara e fazendo apenas a ingestão apenas de água, soro fisiológico e isotônico.

Mais cedo, antes da declaração de Glauber, Motta disse que dará um prazo de 60 dias para votar a cassação de Glauber no plenário caso a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprove o avanço do processo.

“Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar“, afirmou Motta.

O processo foi aberto em 2024 em razão do episódio em que Glauber expulsou o influenciador Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), da Casa aos chutes.

Na ocasião, Costenaro fez insinuações sobre a ex-prefeita de Nova Friburgo Saudade Braga, que na época estava doente. Mãe do deputado, ela morreu 22 dias após o ocorrido.

O PSOL já tem o recurso pronto, que será apresentado à CCJ na próxima terça-feira, 22, prazo limite.

Segundo a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), o documento argumentará, entre outras coisas, a suspeição do relator do caso no Conselho de Ética, Paulo Magalhães (PSD-BA), e a desproporcionalidade da pena.

Como mostrou o Estadão, Magalhães – que pediu pela cassação de Glauber – também já agrediu uma pessoa na Câmara e não foi punido.

O incidente ocorreu em 2001, quando o jornalista Maneca Muniz lançava, no corredor das comissões da Câmara, um livro chamado As Veias Abertas do Carlismo, onde detalhava escândalos de corrupção de Antônio Carlos Magalhães, tio do deputado.

O parlamentar, que na época era do PFL (que se tornou DEM e agora é o União Brasil), arrancou um varal onde estavam expostos trechos da obra e deu um pontapé em Muniz, que revidou com um soco.

Foto: Wilton Junior/Estadão