Deputada Camila revela que gravidez até os 20 anos gera redução de até 30% nos salários das mulheres

Deputada Camila revela que gravidez até os 20 anos gera redução de até 30% nos salários das mulheres

Por Edmilson Pereira - Em 5 anos atrás 556

A deputada estadual Camila Toscano (PSDB), fez um alerta, dentro da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, sobre os problemas físicos, emocionais e sociais causados quando se é mãe muito jovem. Mulheres que engravidaram até os 20 anos ganham em média 30% a menos. Camila e a presidente da Comissão dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa da Paraíba.

O Brasil tem 68,4 bebês nascidos de mães adolescentes a cada mil meninas de 15 a 19 anos, diz relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2018, quase dez mil meninas foram mães na Paraíba e destas, 456 tinham idade entre 11 e 14 anos, segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba.

Um dos alertas da deputada é quanto ao mercado de trabalho e a questão educacional. Estudo da Universidade de São Paulo (USP) de Piracicaba mostra que as mães que engravidaram até os 20 anos ganham, em média, 30% a menos que as outras mulheres. Além disso, escolaridade delas tende a ser, em média, 1,5 ano menor do que a das mulheres que não tiveram filhos nessa faixa etária.

O levantamento mostra ainda que a gravidez precoce reduz os anos de estudo em cerca de um ano e meio, em média. Muitas das mães param de estudar para cuidar do filho e não voltam depois à sala de aula. E essa redução é justamente a causa dessas mulheres futuramente conseguirem empregos informais e terem a renda reduzida em cerca de 30%. O estudo faz parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa destaca, ainda, que a escolaridade baixa também foi um dos fatores que contribuiu para que as mulheres engravidassem antes dos 20 anos. O índice mais alto está entre as que tinham o ensino fundamental incompleto, com 58,7%, seguido das que não tinham escolaridade nenhuma, com 56,6%. Outro fator observado foi que a maioria das mães estão classificadas nas classes mais baixas de renda.

Para Camila Toscano, é preciso mais informação e mais conversa com os adolescentes, principalmente dentro de casa, além de políticas públicas para tentar minimizar esse problema. “O fator social e a vergonha de assumir uma vida sexual ativa contribui muito para essa maternidade precoce. Muitas meninas têm vergonha da família e preferem não procurar um médico para iniciar um acompanhamento preventivo e até mesmo passar a fazer uso de métodos anticonceptivos. Esse tabu precisa ser quebrado para que possamos reduzir esse número de gravidez na adolescência”, destacou.