Depois do escândalo, Ministério da Saúde suspende contrato para compra de vacina da Covaxin

Depois do escândalo, Ministério da Saúde suspende contrato para compra de vacina da Covaxin

Por Edmilson Pereira - Em 3 anos atrás 356

Depois do suposto escândalo de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin, o Ministério da Saúde decidiu, nesta terça-feira (29),  suspender o contrato para a compra de 20 milhões da vacina.

A negociata, denunciada na CPI da Covid, acabou colocando o presidente Jair Bolsonaro no centro das atenções e alvo, inclusive, de notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF).

Os senadores, a maioria participante da CPI do Senado que investiga as ações do governo federal frente a pandemia do coronavírus, apontaram que o presidente ignorou suspeitas de corrupção no processo de contratação do imunizante, que foi intermediado pela farmacêutica Precisa Medicamentos.

O acordo do Ministério da Saúde com a Precisa foi assinado em 25 de fevereiro e prevê pagar R$ 1,6 bilhão. O valor por dose (US$ 15) é o mais caro dos seis imunizantes que o País comprou até agora.

A decisão sobre o cancelamento foi tomada após parecer da Controladoria-Geral da União (CGU) sugerindo a suspensão do contrato.

O órgão pediu extensão de prazo para apurar supostas irregularidades no contrato. A medida é uma decisão cautelar. Ao final da análise da CGU, será definido se o contrato será encerrado.
O contrato com a Precisa virou alvo de suspeitas de irregularidades após denúncia de um servidor da pasta, que diz ter sido pressionado para dar celeridade ao processo. A pasta alega, no entanto, que buscas internas da CGU não teriam encontrado irregularidades.

Os argumentos discutidos internamente para cancelar o contrato eram que a empresa não havia cumprido o cronograma de entrega das doses e tampouco obtido autorização da Anvisa. O valor total do contrato é de R$ 1,6 bilhão. O montante foi empenhado, isto é, reservado pela Saúde, mas ainda não foi pago.

“De acordo com a análise preliminar da CGU, não há irregularidades no contrato, mas, por compliance, o Ministério da Saúde optou por suspender o contrato para uma análise mais aprofundada do órgão de controle. Vale ressaltar que o Governo federal não pagou nenhum centavo pela vacina Covaxin”, informou a pasta, em nota.

O governo avalia se teria como atender  às 21 condições colocadas pela Anvisa no âmbito do pedido de importação excepcional, como a realização de testes clínicos no Brasil.

Outra consideração, segundo fontes da Saúde, é de que não existe clareza a respeito da capacidade de o Instituto Bharat Biontec de entregar as doses contratadas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu nesta terça-feira (29) o pedido para uso emergencial do imunizante, desenvolvido pela Bharat Biotech. Atualmente, a Covaxin possui apenas uma autorização excepcional e temporária para importação com diversas restrições. A decisão, anunciada em 4 de junho, vale para 4 milhões de doses de lotes específicos de imunizantes trazidos da Índia.

Numa primeira análise, ainda em março, o órgão regulador negou por unanimidade a autorização para uso emergencial.

“A medida não compromete o ritmo da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, já que não há aprovação da Anvisa para uso emergencial nem definitivo do imunizante”, diz a nota do ministério.

Fonte:Paraíba Notícia com informações de o Globo