Criptomoedas: Presidente do BC diz acreditar que cartão de crédito vai acabar em breve

Por Edmilson Pereira - Em 2 anos atrás 328

Segundo o presidente do BC, algumas instituições financeiras já estão começando a usar o Pix para operações de crédito. Nesse caso, os recursos são sacados da conta corrente no momento autorizado pelo cliente, até mesmo com parcelamento, mas o valor autorizado está ligado ao limite do cartão.

Campos Neto voltou a citar a possibilidade de pagamentos digitais offline. “Não entendi ainda por que não fizeram. É como se fosse uma carteira de dinheiro digital dentro do celular, com um pouquinho de dinheiro, porque terá mais risco. Algumas empresas já estão desenhando isso”, comentou.

Criptomoedas

Campos Neto disse discordar do formato de regulação mais rigoroso do mercado de criptoativos – modelo que vem sendo defendido por outros países. Para ele, a regulamentação de criptomoedas não deve ser feita com “mão pesada” e deve ter a transparência como objetivo e não levar em conta a possibilidade de o produto gerar perdas ao investidor.

“Não deveríamos deixar para trás os avanços tecnológicos que veem com esse desenvolvimento. É verdade que houve grande perda de valor em alguns criptoativos. Mas não é verdade que perdas com criptomoedas são maiores que outros ativos de tecnologia”, argumentou no mesmo evento.

Para o presidente do BC, o caminho da regulação de criptoativos no Brasil é diferente de outros países e mais ficado na transparência. “O que precisamos fazer é ter certeza que os criptoativos têm transparência na forma como são negociados, criados e transacionados. Esse é o caminho que queremos seguir. Se você vai comprar um criptoativo que é uma mistura de outros dois, o algoritmo precisa ser aberto e o lastro transparente”, completou.

Ele admitiu ter preocupação com a concentração de custódia e transacional no mercado de criptoativos. “Hoje temos 80% dos criptoativos custodiados em quatro empresas, em alguns casos com servidores centralizados, sem abertura de estrutura de backup. Isso é sujeito a invasões. E temos uma ou duas plataformas com 20% ou 30% do mercado de transações. Esse é um ponto que o regulador precisa se preocupar, mais do que se as pessoas perderam dinheiro”, avaliou.