Confiança do consumidor no Brasil sobe em agosto, aponta levantamento feito pela FGV
Por Edmilson Pereira - Em 4 anos atrás 671
A confiança do consumidor no Brasil registrou alta pelo quarto mês consecutivo em agosto e voltou ao nível de março, quando começou o impacto do coronavírus sobre a economia, mas desacelerou o ritmo dos ganhos quando comparados às leituras anteriores.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou nesta segunda-feira que seu Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 1,4 ponto em agosto, para 80,2 pontos, mesmo nível registrado em março.
Com esse resultado, o índice recupera o total da perda acentuada de 22 pontos registrada em abril, o mês de pandemia que teve o maior impacto econômico devido à imposição de medidas de combate à Covid-19 que forçaram o fechamento de estabelecimentos, gerando fortes quedas no emprego e na renda.
Apesar de ter apresentado seu quarto salto mensal seguido, a melhora da confiança em agosto teve uma desaceleração ante o ritmo da recuperação iniciada em maio, disse a FGV, que destacou “expressiva heterogeneidade entre as classes de renda”.
“Os consumidores de renda baixa registram queda da confiança e parecem agora projetar maiores dificuldades nos próximos meses, o que pode estar relacionado ao fim dos pagamentos de auxílio emergencial”, disse em nota Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens do FGV Ibre, acrescentando que as classes intermediárias continuaram confiantes e que a população de maior poder aquisitivo está insatisfeita com a situação atual.
“Os movimentos distintos mostram que não apenas o impacto mas a velocidade de reação pode ser diferente entre os agentes econômicos e devem ser analisadas com atenção”, completou Bittencourt.
Em agosto, o Índice da Situação Atual (ISA), que mede a percepção dos consumidores sobre o momento presente, subiu 0,5 ponto, para 71,5 pontos, nível ainda muito baixo em termos históricos. O Índice de Expectativas (IE) avançou 2,0 pontos, para 87,1 pontos, o melhor resultado desde fevereiro.
O indicador que mede a satisfação presente dos consumidores com a economia avançou 1,2 ponto, para 75,1 pontos, enquanto o indicador que mede a satisfação com a situação financeira familiar cedeu 0,3 ponto, para 68,4 pontos.
A recuperação da confiança do consumidor no Brasil nos últimos meses foi impulsionada por medidas de flexibilização das restrições impostas no combate ao coronavírus em importantes centros econômicos, como São Paulo.