por Valter Nogueira - 3 anos atrás
The Day After
A quarta-feira (8) chegou normal, no pós 7 de setembro. Aos poucos, o brasileiro se dá conta de que nada mudou. Não tem tanques nas ruas, como alguns pensavam e outros temiam; os prédios do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional continuam intactos. Enfim, não houve golpe!
As manifestações promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro teve, apenas, dois objetivos: comício antecipado e tentativa de desviar o foco. Bolsonaro quer se reeleger e proteger a família envolvida em atos não republicanos.
Ao protagonizar eventos inflamados, o plano de Bolsonaro é iludir seguidores fanáticos e policiais para que esqueçam a lei e o salvem de encarar a Justiça.
O mais grave é que incitou militares à participação nas manifestações. Na contramão da disciplina militar, o presidente pediu desobediência de militares à lei para benefício próprio. Nada de causar espanto, é próprio da conduta dele. No passado, foi militar indisciplinado.
Por desrespeito às normas, o então capitão Bolsonaro foi reformado do Exército, ex officio. Isto é, foi retirado da ativa por decisão unilateral do comando, por causa de comportamento indisciplinado.
O inquilino do Palácio do Planalto não tem força para dar um golpe. A maioria do povo brasileiro não aceita tal ruptura, inclusive, as Forças Armadas. A propósito, nenhum comandante militar (Exército, Marinha e Aeronáutica) participou das manifestações de ontem.
No quesito comício antecipado, Bolsonaro quis, com o povo nas ruas, sair bem na foto. A meta é tentar desmentir o que as pesquisas de opinião revelam: o presidente despenca em popularidade.
Manifestações
A primeira vista, muita gente nos eventos. Todavia, vale lembrar que o povo brasileiro, majoritariamente, ficou em casa. Muita gente que estava nas ruas, foi aos eventos porque recebeu um ‘kit manifestação’: camisa, transporte, quentinha e R$ 100,00 no bolso.
A propósito, na segunda-feira (6), o prefeito Gilmar João Alba (PSL), de Cerro Grande do Sul (RS) – apoiador de Bolsonaro – foi pego pela polícia federal, na hora de embarcar para Brasília, com R$ 500 mil em espécie, em uma bolsa.
Muitos destes apoiadores, com dinheiro em sacolas, claro, conseguiram chegar à Capital Federal para contribuir com o ‘kit manifestação’.
Desespero
Jair Bolsonaro está desesperado ante a iminência de oficiais de Justiça bater às porta dos filhos. Estes precisam dar explicações sobre a denominada prática da “rachadinha” – estelionato, de acordo com o Código Penal.
Em cima de queda, coice! Em paralelo aos iminentes crimes dos filhos, o presidente se vê diante de uma CPI que avança na descoberta de conexões não republicanas, as quais apontam crimes de corrupção no governo.