por Valter Nogueira - 4 anos atrás
Shakespeare no Cidadania – Grito de Alerta!
Parafraseando o gênio William Shakespeare, é possível afirmar que há algo de “estranho” no reino do Partido Cidadania, no Estado da Paraíba, no que diz respeito ao trato político para com seus correligionários, notadamente quanto ao tratamento dispensado pela direção estadual da legenda aos suplentes de vereadores de João Pessoa.
O grupo de suplentes, também denominado “calda”, obteve cerca de 18 mil votos na eleição passada (2020), o que foi determinante para a legenda eleger três vereadores na Capital.
Todavia, esse pessoal sequer consegue agendar uma audiência para ser recebido pelo governador João Azevedo – líder maior do partido. Após a eleição, e nos primeiros dias de janeiro do corrente ano, nos reunimos.
Após as primeiras reuniões, o grupo tentou, por telefone, agendar uma audiência com o governador, mas levou um “NÃO” maiúsculo do chefe de gabinete do governador, Ronaldo Guerra. Por sinal, Guerra é o atual presidente estadual do Cidadania.
Ao que tudo indica, parece que a cúpula da agremiação partidária nos enxerga como INIMIGOS.
No entanto, vale ressaltar, nós, suplentes, somos aliados, arregaçamos as mangas na eleição passada; saímos às ruas, conquistamos votos e trabalhamos para a vitória da chapa Cícero/Léo. Tudo isso, com fidelidade ao partido, seguindo as orientações dos generais do Cidadania.
Passada a eleição, com raríssimas exceções, o grupo que compôs a “calda” do partido foi esquecido, no que pese contar com nomes de peso do cenário político da Capital, a exemplo de Tavinho Santos – ex-vereador. Tavinho é o terceiro suplente, com 2.104 votos.
Revelação
Foi do Partido Cidadania que saiu a maior surpresa e revelação da eleição passada. Falo da ativista Fabíola Rezende – primeira suplente de vereador do partido. Ao abrir as urnas, Fabíola obteve nada mais nada menos que 3.350 (Três mil, trezentos e cinquenta) votos.
Em qualquer município desse estado, ou melhor, do país, Fabíola teria assumido uma vaga na Câmara ou convidada para um lugar de destaque no Município ou no Estado – isso não apenas pelos votos, mas pela votação reflexo de sua história de luta em favor da causa dos animais.
Detalhe
Sem os votos de Fabíola, o Cidadania só teria elegido dois vereadores: Odon Bezerra e Zezinho do Botafogo. Isto é, o vereador Bruno Farias seria, hoje, apenas suplente. No caso de tirar os votos da “calda”, ou seja, dos demais suplentes (18 mil votos), a legenda conquistaria apenas uma cadeira.
Debandada
No grupo, há um sentimento de abandono. Mais do que isso, há muitos que defendem uma debandada; saída em bloco. Não houve convite oficial, ainda, mas já fomos sondados para assinar ficha em outras legendas.
Dados
Na eleição de 2020, o Cidadania obteve um total de 32.490 votos. Os vereadores eleitos foram Odon Bezerra (4.805), Zezinho do Botafogo (4.641) e Bruno Farias (4.244). A soma dos votos dos três eleitos é de 13.690. Ao subtrair os votos dos eleitos do total obtido pelo partido, chega-se ao resultado de 18.800 votos.
Então, tirando os votos de legenda, a soma dos votos dos suplentes, em número redondo, é de 18 mil votos.