por Elison Silva - 6 anos atrás
Rumo ao Hexa; hoje tem estreia do Brasil na Copa da Rússia contra a Suíça
Quatro anos de muita expectativa depois, a torcida brasileira finalmente pode encher o peito de emoção e vibrar com a Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo. O time do técnico Tite e do craque Neymar enfrenta neste domingo (17), às 15h (horário de Brasília), o forte time da Suíça, na Arena Rostov, na estreia pelo Grupo E do Mundial da Rússia.
Após conquistar as Eliminatórias Sul-Americanas com folga e vencer seus compromissos antes da principal competição de futebol do planeta, a Seleção chega como uma das favoritas a levantar a taça.
Segundo o treinador, a equipe tem 23 atletas de altíssimo nível, muito embora o volante Fred ainda não esteja apto a jogar, após se contundir no tornozelo direito durante treinamento, numa disputa com o também volante Casemiro. Assim, deverá ter condições de ser relacionado para o segundo confronto da seleção na Copa, em 22 de junho, diante da Costa Rica, em São Petersburgo.
“O Fred não tem condições de jogo, está fora. Todos os demais estão em condições, a ponto de dois deles eu ter falado com médico e preparador físico, questionando se estavam preparados”, afirmou Tite, confirmando a ausência do meio-campista recém-adquirido pelo Manchester United e indicando que já pensa em aproveitar dois reservas durante o duelo com a Suíça.
De qualquer forma, o time-base utilizado por Tite nas últimas partidas e que deve entrar em campo contra o “ferrolho suíço” é o formado por Alisson; Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro, Paulinho e Philippe Coutinho; Willian, Neymar e Gabriel Jesus. Tite repetirá a formação que derrotou a Áustria por 3 a 0 em amistoso disputado na semana passada.
Duelo complicado
O Brasil não vai ter facilidade no duelo com a Suíça. A declaração é um alerta de Tite e seu auxiliar Cléber Xavier pela evolução que ambos enxergaram no adversário desde o Mundial de 2014 no Brasil, quando os suíços caíram nas oitavas de final, batidos pela Argentina.
A Suíça não se resume mais a um time de defesa forte, como ficou marcada na Copa de 2006, quando foi eliminada sem sofrer sequer um gol. O auxiliar de Tite lembrou que o técnico Vladimir Petkovic conta com uma geração talentosa, que terminou as Eliminatórias Europeias com média de dois gols por jogo, ainda que só tenha conseguido se classificar ao torneio na Rússia na repescagem.
O ranking da Fifa aponta a seleção suíça entre as melhores do mundo, na sexta colocação, quatro postos atrás do Brasil. Diante desse cenário, Tite destacou que o jogo será de grande qualidade e exigirá muito da seleção, o que considera positivo, por elevar o nível de jogo. “A gente vai ter contra a Suíça um grau de dificuldade elevado. Jogos de alto nível nos exigem, nos desafiam ao máximo”, comentou.
Tite também assegurou não haver pressão exagerada para o Brasil superar a Suíça, mesmo em um torneio curto, com duas vagas em disputa nas oitavas de final em três rodadas.
Não tem que ter desespero. Claro que tem necessidade do resultado e que queremos vencer, mas há uma característica diferente na competição, nessa fase de três jogos”
Tite, técnico da Seleção Brasileira
Marcelo, o capitão
Nesse sentido, Tite escolheu o lateral esquerdo Marcelo como capitão da Seleção Brasileira para a estreia na Copa do Mundo. Marcelo admitiu gostar de exercer a função. Ele já vestiu a braçadeira várias vezes no Real Madrid e, com Tite, terá a honra pela segunda oportunidade — foi capitão contra o Equador, em Porto Alegre, pelas Eliminatórias do Mundial.
“Sou terceiro capitão do Real Madrid desde que tinha 24 anos, com 26 passei a ser o segundo. É uma coisa que eu gosto sim, é uma parte da liderança que posso passar para o grupo, mas aqui na seleção todos contribuem com alguma coisa, de alguma maneira. Eu contribuo com a experiência, tenho 30 anos”, disse Marcelo neste sábado (16), em entrevista coletiva após o treinamento da seleção brasileira na Arena Rostov, local da partida contra os suíços.
Hegemonia europeia
Mais que a conquista do hexacampeonato, o Brasil inicia um desafio continental: acabar com a hegemonia europeia em Mundiais. Afinal, nas últimas três edições, os representantes do Velho Continente se sagraram campeões: Itália em 2006, Espanha em 2010 e Alemanha em 2014.
Resta, portanto, além do Brasil, aos outros latino-americanos (Argentina, Uruguai, Peru, Colômbia, México, Costa Rica e Panamá) a missão de tentar diminuir o placar geral de conquistas, que, por enquanto, aponta os europeus em vantagem: 11 x 9.
A julgar pelo otimismo de seus jogadores, o Brasil é o grande favorito a diminuir a diferença, pois, ao contrário de anos anteriores, os jogadores têm revelado uma confiança desbragada. Os sul-americanos vão com seu “trio de ferro” repleto de grandes jogadores que atuam em clubes europeus.
Em 40 semifinais disputadas na história das Copas, apenas um país invadiu o domínio europeu e sul-americano, a Coreia do Sul. Esta é a 11.ª vez que o Mundial é disputado na Europa. Apenas o Brasil, em 1958, conseguiu o título em território europeu. É um desafio a mais para Neymar, Messi, Suárez e cia. (Com informações da Agência Estado)