por Valter Nogueira - 5 anos atrás
Raniery dá o tom
De forma pertinente – e equilibrada – o líder da bancada da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Raniery Paulino (MDB), fez uma acurada leitura quanto ao advento de uma nova oposição na Casa Epitácio Pessoa, fato gerado a partir da oficialização do rompimento entre o PSB – leia-se ex-governador Ricardo Coutinho – e o governador João Azevedo.
O deputado Raniery Paulino disse, em ato em bom tom, que a nova bancada terá de ser coerente. Mais do que isso, terá, primeiro, que fazer oposição a ela mesma, até porque era, até pouco tempo, parte integrante do governo que aí está.
Durante entrevista à Imprensa, nesta quarta-feira (4), em determinado momento o líder Raniery passou de entrevistado a entrevistador, quando fez a segunda indagação: “Será que os integrantes da nova oposição irão assinar o pedido de instalação da CPI que visa investigar a Operação Calvário”. No que respondeu: “Acho muito difícil!”.
No que diz respeito aos embates com o governo, Paulino disse que não tem problema em receber o apoio dos neófitos. Mas, em ato contínuo, Raniery, falando em primeira pessoa, externou mágoa, ao afirmar que o PSB lhe fez muito mal.
Segundo o deputado, o esquema girassol, capitaneado pelo ex-governador Ricardo Coutinho, tentou derrotá-lo. Disse, também, que durante o governo Ricardo teve dificuldade em dialogar – institucionalmente – com o Executivo.
De forma diferente, ressaltou que o relacionamento institucional – o diálogo – com o governo de João Azevedo é outro, mudou da água para o vinho.
Pelo visto, a convivência entre opositores de primeira hora e os novos não acontecerá de forma plena, mas sim parcial. Isso acontece porque, para a bancada de oposição, é difícil engolir o ex-governador – prato indigesto.
Em resumo: Ricardo Coutinho é um entrave à formação de uma nova e coesa bancada na Casa Epitácio.