por Valter Nogueira - 4 anos atrás
Procura-se um neologismo
O governo Bolsonaro dever lançar, nesses dias, um concurso urgente. É que o governo federal procura, desesperadamente, pessoas versadas na língua portuguesa capazes de criar uma palavra que substitua o adjetivo “terrorista”. Mas, adianto, o novo termo tem que ter boa sonoridade.
Motivo: precisa usar o neologismo para denominar os “bolsonaristas” que, nos últimos dias, com ações não muito republicanas, vêm promovendo atos que se assemelham a vandalismo, a badernas, inclusive, contra poderes da República.
– Estranho! Pessoas ditas defensoras da ordem e simpatizantes de um presidente da República promovendo badernas, indo a manifestações com taco de baseball em punho, acampando em áreas públicas, disparando fogos de artifícios contra o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) etc.
Imagine se o ato contra o STF, no último sábado (13), tivesse sido praticado por militantes de esquerda…O termo empregado à ação não seria outro senão “TERRORISMO”. E aos autores do ato, “TERRORISTA”.
Convenhamos, o adjetivo ‘terrorista’ não cai bem em pessoas simpatizantes de um presidente. Estes precisam de uma expressão mais polida. Por essa razão, a necessidade do concurso – e com urgência!
Informe
É claro que o certame a que me refiro, no presente artigo, não passa de especulação. Mas, devo dizer que esta foi a forma encontrada – com um toque de humor – para descrever o atual cenário de crise política presente no país.
Crise, aliás, criada por um presidente despreparado, cercado por ministros medíocres, na média. Estes mais preocupados em bajular do que assessorar – com “A” maiúsculo – o chefe da Nação.
Por falta de conteúdo, o presidente e sua equipe, na média, não dispõem de argumentos plausíveis a certas situações. Por isso, quase sempre, partem para a agressão verbal. E, como último recurso, tentam inverter os fatos.
Perplexidade
Não se admire se um dia o presidente chegar a dizer que o resultado do jogo no Mineirão, entre o Brasil e a Alemanha, pelas quartas de final da Copa de 2014, NÃO foi desfavorável à seleção brasileira, mas SIM à alemã.
Deve afirmar que o placar de Brasil 1×7 Alemanha não passa de fake News. E vai colocar a culpa na Imprensa. Enfim, dirá que o Brasil foi quem venceu a partida.
Bom senso
Um presidente bem assessorado jamais incitaria invasão a hospitais, mesmo tendo desconfiança da probidade de governadores. O ato se constitui em crime; violência aos profissionais de saúde, desrespeito à privacidade do paciente.
Se há desconfiança, o recomendável seria instituir uma comissão suprapartidária, ou de notáveis – com médicos, cientistas etc. – para realizar uma auditoria nas unidades de Saúde, país afora.
Dificilmente um diretor de hospital se negaria a receber uma comissão de tal nível, mesmo que esta chegue sem avisar.