Valter Nogueira

por Valter Nogueira - 3 anos atrás

Pensamento de generais

A vitória de um dos candidatos que representam a polarização (Lula/Bolsonaro) estenderia por mais um ou dois mandatos um cenário de conflitos, com a piora do ambiente político no país. Este é o pensamento dos oficiais generais do Exército Brasileiro, segundo recente sondagem feita pelo jornal O Estadão.

Nesta cadência, toma corpo nos quartéis a ideia de apoio dos militares a uma terceira via nas eleições de 2022.

Os oficiais citam a Argentina como mau exemplo. Lá, segundo os generais, os governos de esquerda e de direita se sucedem, destruindo o que antecessores fizeram, promovendo assim a denominada descontinuidade administrativa.

Tal realidade, segundo os generais, pode acontecer no Brasil, o que levaria o país à paralisia econômica e decadência social.

A leitura do momento é a seguinte: o antepetismo continua vivo nos quartéis, mas é fato que o militares já se distanciaram do barco bolsonarista.

O Estadão revela que a maioria dos generais ouvidos participou dos governos de Michel Temer e de Bolsonaro. Entres estes, dois já são figuras conhecidas por suas declarações públicas: Carlos Alberto Santos Cruz e Francisco Mamede de Brito Filho.

“Romper a polarização atual é importante para que o país possa reconquistar um nível mínimo de consenso político e de diálogo social, que são essenciais ao desenvolvimento nacional e ao bom funcionamento de qualquer democracia”, declara o general Brito.

Segundo Brito, é preciso conter o “sentimento de ódio” que vem desumanizando a sociedade.

Pensamento semelhante tem o general Santos Cruz.  Ele afirma ser preciso “afastar as duas opções que já tiveram sua oportunidade. E deu no que deu!”.

De acordo com Cruz, uma foi marcada por escândalos, corrupção, demagogia e pela “destruição da democracia com o mensalão”. A outra se caracterizaria pelo “despreparo, desrespeito pessoal, funcional e institucional, ignorância, boçalidade, irresponsabilidade, desinformação, manipulação da opinião pública, falta de liderança e por destruir a democracia com um ‘mensalão de última geração’, o tal orçamento secreto”.

Cruz diz ser necessário um outro governante que restaure o respeito, a honestidade, o combate à corrupação. “É preciso interromper o acesso ao poder de um bando viciado em dinheiro público.”, finaliza.