por Valter Nogueira - 5 anos atrás
Orla da Capital II
O assunto já foi tratada aqui, nessa coluna. Mas vale a pena trazer a questão à tona. Falo da cidade de João Pessoa e a desordem presente na Orla da Capital, no que diz respeito aos quiosques edificados ao longo do Calçadão, de Tambaú ao Cabo Brando. A praia é bela, a brisa é fresca, mas nem tudo no local são flores. Há aspectos negativos quanto a infraestrutura da área em questão, os quais estão desfigurando a linda paisagem da nossa linha costeira.
A propósito, a impressão que se tem é que, a cada mês, surge uma nova barraca (quiosque) no Calçadão, o que tem formado um paredão ao longo do passeio público. O interessante é que, em alguns pontos, os quiosques estão dispostos em ilhas com três unidades. Em outras áreas, têm ilhas com duas unidades e, mais à frente, é possível encontrar barracas isoladas. O pior é que o espaço aberto entre uma ilha e outra está ficando estreito, isso devido ao surgimento – repito – de novas barracas.
João Pessoa tem cantos e recantos que encantam. O Centro é dono de uma riqueza arquitetônica ímpar, sem falar nos logradouros, tais como a Praça Rio Branco, o Ponto de Cem Réis, a Praça Antenor Navarro e, claro, o Parque Sólon de Lucena. Porém, nada pode competir com o ‘canto da sereia’, ou melhor, com o azul do mar. Isto é, a cidade cresceu em direção ao litoral e, hoje em dia, a Orla da Capital é, de longe, o point da Filipéia de Nossa Senhora das Neves.
Urge um ordenamento, um projeto urbanístico para a Orla, a exemplo do que foi feito no Parque da Lagoa. É preciso encontrar um esboço que preze pela harmonia entre o comércio e a paisagem, entre a obra de pedra e cal e a natureza, entre edificações e espaços livres.
Trocando em miúdos, os quiosques devem existir, mas de forma padronizada e – o que é essencial – a exigência de um espaço mínimo entre um e outro, como forma de ofertar aos paraibanos e visitantes o dourado da areia, o verde dos coqueirais e, principalmente, o azul do mar.