por Valter Nogueira - 3 anos atrás
Generais ministros mancham a farda do Exército
O poder parece exalar uma essência irresistível capaz de embriagar qualquer mortal. Isso, talvez, explique o fato de um profissional de renome aceitar convite para um cargo em um governo que caminha na contramão da história. E ciente que enfrentará tempos adversos, podendo, inclusive, se sujeitar a humilhações e à possibilidade de ver o currículo manchado com a nódoa da incompetência.
O que faz um general de três estrelas – no topo da carreira e com reputação ilibada – se arriscar a rasgar o seu currículo e a manchar a sua história, ao aceitar ou desejar ser ministro de Estado a todo custo?
Ao que tudo indica, o desatino acontece por força da vaidade, da vontade desenfreada de alguns que buscam de todas as maneiras “aparecer” na mídia; ter um minuto de fama, por assim dizer.
No Brasil, a pandemia provocada pelo novo Coronavírus (Covid-19) trouxe à tona, entre outros males, a vaidade humana. Esta parece não resistir ao canto da sereia. Em outras palavras, o homem é inclinado à vaidade desmedida, deseja ser notado por todos, quer estar no topo etc.
– E quando uma oportunidade surge, hein!
A fama – e muito mais o reconhecimento – é objeto de desejo de qualquer profissional. Porém, a “coisa” não pode acontecer a todo custo.
Farda manchada
1 – Primeiro, o caso do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. General da ativa que se sujeitou a humilhações de um “capitão” despreparado para, apenas, alcançar o status de Ministro de Estado.
– Mas, a que preço?
Quem não lembra da cena patética e humilhante a que se submeteu o general? Falo do episódio em que Pazuello, após ser desautorizado pelo chefe, teve que gravar um vídeo, ao lado do presidente Bolsonaro, afirmando: “Um manda e o outro obedece, simples assim!”.
– O verdadeiro líder elogia em público e repreende em particular. No caso, o chefe Bolsonaro fez questão de repreender em público.
2 – O segundo caso parece se alinhar à máxima do ditado popular: Um não deu pra nada, o outro nem pra isso presta!
Falo do general Luiz Eduardo Ramos, chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro. Em um áudio, o general – pasmem! – revelou ao país que tomou a vacina, ESCONDIDO.
– Isso, claro, para não “desagradar” o chefe. O presidente é chefe ou dono dele?
Os dois generais mancharam a farda do honrado Exército Brasileiro
Última
Afinal, o que há no poder de tão sedutor que as pessoas se passam a papéis pouco recomendáveis à sua biografia.