por Valter Nogueira - 3 anos atrás
Bolsonaro modera o tom
Após pressão do setor produtivo, inclusive com nota do segmento do agronegócio, o presidente Jair Bolsonaro se deu conta de que não é tão grande assim. Agora, modera o tom do discurso em relação aos eventos previstos para acontecer no dia 7 de setembro e fala em ato pró-liberdade de expressão.
Até uma semana atrás, as declarações apontavam para uma ruptura democrática. Agora, vertem para um curso mais ameno, onde prevalece o tom da garantia da “liberdade de expressão” e da defesa do voto impresso.
O arrefecimento do Palácio do Planalto ocorre, coincidentemente, depois de setores empresariais e banqueiros iniciarem movimentos públicos em defesa da estabilidade política e democrática do país.
Nesse contexto, representantes do agronegócio tomaram a dianteira com a publicação, nesta segunda-feira (30), de nota em defesa da democracia no Brasil.
No documento, as entidades tornam pública a preocupação com os atuais desafios à harmonia político-institucional e, como consequência, à estabilidade econômica.
Vale ressaltar que a sinalização em defesa da democracia veio, também, das Forças Armadas. No último dia 25, durante solenidade comemorativa ao Dia do Soldado, em Brasília, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, afirmou que “os militares devem inspirar paz, liberdade e democracia”.
Tudo isso dito diante do presidente da República.
Tudo ou nada
Ao que tudo indica, o presidente Jair Bolsonaro estava inclinado a partir para o tudo ou nada como forma de se manter no governo. E é possível que ele volte a ensaiar ações antidemocráticas.
Atitudes do tipo “tiro no escuro” são disparadas por Bolsonaro para tentar escapar das consequências políticas e penais futuras em razão de suas insanidades.
– Não se admire, caro leitor, se Jair Bolsonaro for preso após deixar a presidência da República.
Resumo da ópera
O presidente Bolsonaro, ante o fiasco que é a sua gestão, precisa fingir para os seus adeptos que o seu governo é inviabilizado por anti-patriotas e não pela sua incapacidade de governar.