por Valter Nogueira - 5 anos atrás
ALPB no centro de tudo
É inegável que o prédio-sede da Assembleia Legislativa da Paraíba ficou pequeno ante o crescimento do Poder Legislativo estadual, realidade que reflete negativamente na realização de eventos na Casa Epitácio Pessoa. Edificado na década de 1970, o prédio não atende a atual demanda do Poder, hoje com mais serviços ofertados à população, o que exige mais espaços. Porém, deve existir outra saída além da que propõe a atual presidência da Casa, que é levar os gabinetes de deputados e o plenário para outro local, para fora do Centro da Cidade.
A área central de João Pessoa assiste, sem muita capacidade de reação, ao esvaziamento comercial, empresarial e, há muito, residencial. Ficou difícil competir com os encantos e atrativos da Orla Marítima da Capital. Hoje em dia, o que movimenta o local é a presença de servidores públicos que trabalham em instituições que, ainda, permanecem no Centro, a exemplo do Tribunal de Justiça, do Ministério Público e da Assembleia Legislativa.
Nesse diapasão, parece inoportuno retomar o debate que visa tirar da área central da Capital a sede do parlamento estadual. Afinal, a Casa Epitácio Pessoa faz parte da paisagem e do cenário urbano do Centro, ou melhor, da praça João Pessoa – ‘Praça dos Três Poderes’.
No final da década de 1980, o então governador Tarcísio Burity desapropriou dois prédios localizados por trás do Tribunal de Justiça para construir, na local, o novo Fórum da Capital. E foi o que ocorreu, transformando a área em questão no denominado “Quarteirão Judiciário”. Hoje, o prédio abriga o Anexo Administrativo do Tribunal.
A título de sugestão, é possível ao poder público desapropriar prédios comerciais localizados por trás da ALPB, entre a Praça 1817 e a Avenida Duque de Caxias, como forma de ofertar ao Legislativo uma área para que o Poder possa construir um novo prédio anexo. Este, sim, capaz de abrigar gabinetes de deputados e, também, um plenário digno da atual realidade política do Estado. É preciso formatar um projeto capaz de acomodar, de forma confortável, os parlamentares, ao tempo de receber bem o público.
Revitalizar – A propósito, e em respeito à história da cidade, é recomendável não apenas restaurar, mas sim revitalizar o Centro da nossa querida Felipéia de Nossa Senhora das Neves. Afinal, a cidade nasceu às margens do Rio Paraíba e, em seguida, se estabeleceu no que hoje é denominado de ‘Centro Histórico’ e ‘Área Central’.
Revitalizar é mais do que restaurar obras de pedra e cal. Revitalizar é dar vida, é manter vivo um logradouro. No caso em questão, é manter pulsando o coração da cidade, isso com a presença de casas comercias e de repartições públicas. E, o que é mais importante, garantir a presença de pessoas residentes na área.