por Valter Nogueira - 3 anos atrás
A face real do presidente
Do ponto de vista político, o presidente Jair Bolsonaro “acerta” ao assumir de vez o romance com o Centrão. Explico: o presidente já não conseguia mais se equilibrar na corda bamba da ingovernabilidade do seu próprio governo. Precisa de sobrevida e o apoio vem do Centrão.
Por essa razão, nomeia o senador Ciro Nogueira (PP) para o cargo de ministro da Casa Civil.
Esta é uma das faces da moeda. A outra face – do ponto de vista moral – revela que a máscara pintada com as cores da probidade caiu por terra, que a prática não bate com o discurso do então candidato, nem do presidente empossado.
Antes, o discurso era o seguinte: “Se for pra ser igual, eu não entro”. Ou ainda: “Negociar cargos com partidos, no Brasil cheira a corrupção”.
Agora, a coisa mudou: faz apologia ao Centrão e lembra que nasceu no tal grupo. “Eu sou do Centrão”, disse o presidente Bolsonaro nesta quinta-feira (22).
Penso que tal declaração deve ter provocado sentimento de decepção junto aos seus seguidores. Estes, até então, tinham em mente uma imagem irretocável do “mito” que surgiu sob o manto da honestidade; nunca um esboço amarrotada ou pintado com cores da mentira.
Em resumo: A máscara do presidente Jair Bolsonaro cai e ele revela a verdadeira cara. Isso, claro, para os seus apoiadores, pois quem o conhecia já sabia de suas origens. Agora, o presidente precisa decidir com que cara vai sair às ruas.
Instável ao extremo, como revela ser, é possível que na primeira briga Bolsonaro peça o divórcio. Aí, será preciso a confecção de uma nova máscara.
A pergunta que não quer calar: Qual é a real face do presidente Bolsonaro?