Claro, Vivo e TIM arrematam faixa de 3,5 GHz do leilão do 5G
Por Edmilson Pereira - Em 3 anos atrás 334
As operadoras Claro, Vivo e TIM arremataram três lotes na faixa de 3,5 GHz, o principal do leilão da tecnologia móvel 5G, realizado nesta quinta-feira (04) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A Winity II Telecom levou a frequência de 700 MHz, e como é uma empresa ainda não detentora de faixa de radiofrequência, o Brasil terá uma nova operadora móvel com abrangência nacional.
O leilão começou nesta quinta-feira e deve terminar só nesta sexta-feira (05). Ainda serão analisadas as propostas para as faixas de 2,3 GHz e de 26 GHz.
As frequências têm finalidades específicas e em cada faixa as empresas dão os lances em lotes diferentes. Os lances vencedores na faixa de 3,5 GHz foram: R$ 338 milhões (ágio de 5,18%, valor acima do mínimo previsto no edital) da operadora Claro para o lote B1; R$ 420 milhões (ágio de 30,69%) da Vivo para o lote B2; e R$ 351 milhões (ágio de 9,22%) da TIM para o lote B3.
O edital previa ainda um quarto lote na faixa de 3,5 GHz, com abrangência nacional, mas não houve lance. O direito de exploração das faixas será de até 20 anos.
As empresas vencedoras têm compromissos de investimento definidos pelo Ministério das Comunicações e aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Anatel. O objetivo das contrapartidas é sanar as deficiências de infraestrutura, modernizar as tecnologias de redes e massificar o acesso a serviços de telecomunicações do país.
Entre os compromissos estão migrar o sinal da TV parabólica para liberar a faixa de 3,5GHz para o 5G, arcando com os custos; construir uma rede privativa de comunicação para a administração federal; instalar rede de fibra óptica, via fluvial, na Região Amazônica; levar fibra óptica para o interior do país; e disponibilizar o 5G em todos as capitais até julho de 2022.
Faixa de 700 MHz
A Winity II Telecom ofereceu o maior lance, R$ 1,427 bilhão na primeira faixa a ser leiloada, de 700 MHz, de abrangência nacional. O valor pago é 805% superior ao mínimo exigido.
A operadora tem direito à exploração do serviço por 20 anos, que pode ser prorrogado, e prevê o cumprimento da obrigação de construir infraestrutura de cobertura 4G em 625 localidades do país que não têm acesso à internet e em 31 mil quilômetros de rodovias federais.
O 5G é uma nova tecnologia que amplia a velocidade da conexão móvel e reduz a latência, permitindo novos serviços com conexão com segurança e estabilidade, que abrem espaço para o uso de novos serviços em diversas áreas, como indústria, saúde, agricultura e na produção e difusão de conteúdos.
O leilão tem valor de arrecadação total previsto de cerca de R$ 50 bilhões, caso todos os lotes sejam arrematados. Desse total, R$ 10 bilhões serão em outorgas para o governo e os outros R$ 40 bilhões serão utilizados pelas empresas nas obrigações estabelecidas.
Blocos regionais
Depois de leiloar os blocos nacionais no 3,5 GHz, a Anatel começou a leiloar os regionais na faixa de 3,5 GHz. No bloco dedicado a atender a região Nordeste, quem ganhou foi a Brisanet, que pagará R$ 1,2 bilhão. O ágio é gigantesco: 13.741,71% acima do preço mínimo.
Nos blocos regionais da faixa 3,5 GHz, as empresas devem oferecer 5G em municípios com menos de 30 mil habitantes e infraestrutura de fibra óptica em municípios.
A Brisanet diz ser a maior empresa entre os provedores independentes de serviços de internet no Brasil na tecnologia de fibra óptica. A empresa é sediada em Pereiro (CE) e explora o serviço em regiões tipicamente menos exploradas pelas grandes operadoras de telecom, no o interior da região do Nordeste do país.
Com isso, o país terá uma nova operadora de rede móvel voltada apenas para o Nordeste.
— Temos uma nova prestadora de serviço móvel pessoal — disse o presidente do leilão, Abraão Albino.
Fonte: Paraíba Notícia e Agência Brasil