Chuvas com grande intensidade atingem estados do Norte e Nordeste, com inundações e interdições
Por Wamberto Ferreira - Em 7 anos atrás 1181
Os estados do Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Tocantins e Piauí foram atingidos nesta quarta-feira (11) por chuvas fortes. A previsão, de acordo com o Climatempo, é que tempo fique mais estável a partir do final de semana.
Paraíba
Pelo menos oito açudes estão sangrando na Paraíba, após o nível aumentar com a chegada das chuvas. O açude Bom Jesus, que fica no município de Carrapateira, ultrapassou a sua capacidade total de águas, chegando a atingir 107,89%. A capacidade total do açude Bom Jesus é de 343,8 mil metros cúbicos, mas chegou, nesta semana, a 370,9 mil metros cúbicos.
Quase na mesma situação também estava o açude São José I, em São José de Piranhas, que saiu de 1% para 103% da capacidade máxima de água. Foram mais de 100 mil metros cúbicos de água transbordando na região. Veja a situação dos outros açudes do estado.
Piauí
Há risco de inundação em nove cidades do estado. Em quatro delas, Piracuruca, Esperantina, Barras e Batalha, o risco é alto. Nas outras, Buriti dos Lopes e Luzilândia, moderado. Em Teresina, Floriano e Prata do Piauí, a situação também é de risco.
Já a Barragem do Bezerro corre risco de rompimento na cidade de José de Freitas. Devido à situação, o estado emitiu estado de alerta para oito cidades. Elas são: José de Freitas, Luzilândia, Joca Marques, Madeiro, Esperantina, Cabeceiras, Barras e Batalha. Pelo menos 320 famílias foram retiradas de casa por precaução.
Ceará
Em Fortaleza, uma névoa deixou o céu encoberto e acinzentado durante a manhã – fenômeno raro para a cidade. Das 7h desta terça-feira (10) às 7 horas de quarta, choveu em 84 municípios cearenses, segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
A maior precipitação ocorreu na cidade de Barroquinha, Litoral Norte do Estado, com 122,2 milímetros. Em seguida aparecem as cidades de Santa Quitéria (112,5 milímetros), Granja (105,0 milímetros), Ibiapina (98,0 milímetros) e Ipueiras (90,2 milímetros).
Além disso, 11 açudes no estado estão com 100% da capacidade.
Maranhão
Em dez dias, choveu quase a metade do previsto para mês inteiro no estado, segundo o Núcleo de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). A média histórica de chuvas em abril é de 476 milímetros – número que deve ser ultrapassado.
Em algumas cidades, rios transbordaram, barragens se romperam e estradas foram interditadas. Em Tuntum, localizada na região central do Maranhão, o riacho que leva o mesmo nome da cidade alagou alguns bairros – Ana Isabel, Vila Mata, Tuntum de Cima e Residencial Maria Helena, entre os mais prejudicados. Algumas famílias perderam as casas com a entrada da água.
Um trecho de uma rodovia federal foi destruído. O km 330 da BR-135, próximo a Presidente Dutra, um desmoronamento da via comprometeu o trânsito.
Pernambuco
A chuva causou transtornos em diversas áreas do Grande Recife, com alagamento de ruas. Durante seis horas na madrugada desta quarta, foram acumulados 50 mm de chuva, segundo a Prefeitura.
Desde sexta-feira (6), o índice pluviométrico registrado na capital atingiu quase todo o volume de precipitação esperado para abril. O acumulado nesse período chegou a 322 milímetros. A média histórica do mês é de 326 milímetros.
Em Olinda, a situação é similar. No bairro dos Bultrins, a rua José Higino foi tomada pela água, o que impossibilitou a saída de moradores de casas e prédios. Na avenida México, no bairro de Rio Doce, a água acumulada também complicou a situação de quem reside na região.
Tocantins
Mais de 3,4 mil indígenas da etnia Krahô estão ilhados entre Goiatins e Itacajá, na região norte do estado. Ao todo, 23 aldeias foram afetadas. Segundo os indígenas, quem precisa ir para as aldeias não consegue passar e quem está no local não sai.
A forte chuva registrada na região tem provocado enchentes e atoleiros nas estradas. A cabeça de uma ponte de concreto desmoronou. A água também encobriu pontes que estão com estruturas comprometidas, segundo os indígenas.
O major da Defesa Civil, Diógenes Madeira, informou que uma equipe está preparada para ir até a região, caso haja a necessidade. Afirmou ainda que o órgão é responsável por fazer uma análise da situação de risco para os indígenas e do risco ambiental.
Redação e G1