Ceará é o estado com maior incidência de chikungunya no Nordeste; a PB ocupa a quarta colocação

Ceará é o estado com maior incidência de chikungunya no Nordeste; a PB ocupa a quarta colocação

Por Edmilson Pereira - Em 3 anos atrás 484

Ceará tem registrados 33.108 casos de chikungunya em 2022, conforme levantamento do Ministério da Saúde (MS) até a segunda semana de junho. O total é o maior acumulado de casos da arbovirose no Nordeste e equivale à maior incidência da doença entre os estados da região: são 358,3 casos a cada 100 mil cearenses.

Em números absolutos, o Ceará é seguido por Pernambuco (17.347 casos) e Bahia (1.803). Já comparando a proporção de casos de chikungunya por habitantes, o Estado é seguido pela Paraíba (277,4) e pelo Rio Grande do Norte (222,1).

No outro extremo, o Maranhão é o estado nordestino não só com o menor acumulado da doença neste ano (1.226 casos), como também a menor incidência da arbovirose, registrando 17,1 casos a cada 100 mil moradores.

Cassio Peterka, diretor de Vigilância Epidemiológica do MS, apresentou no no III Seminário de Atualização das Arboviroses do Nordeste dados nacionais que alertam para o fato de dobraram ou triplicaram em todo o Brasil, especialmente entre as pessoas com idades de 29 a 50 anos. Ele ressalta que enquanto a dengue é mais preocupante no Centro-Oeste, a chikungunya tem prevalecido no Nordeste.

“Passamos por um aumento de casos de arboviroses muito significativo em relação a 2021. Compreendemos que a pandemia de Covid-19 diminuiu muito as arboviroses, porque o fluxo de pessoas diminuiu e a transmissão dos vírus pelo Aedes aegypti também reduziu”, afirma Peterka. “Então, passamos a olhar para os anos pré-pandêmicos e o cenário de 2022 é muito próximo ao de 2019. O necessário é reforçar ações de prevenção para evitar uma pressão no sistema de atendimentos.”

Causada pelo vírus chikungunya (CHIKV), a doença articular é caracterizada por artrite grave, febre, calafrios, dores no corpo, dor de cabeça e pequenas lesões na pele. Em geral, os sintomas passam depois de cinco a 14 dias. Em alguns casos, pacientes podem evoluir para um estágio crônico, no qual as dores articulares levam meses ou até anos para passar.

O cenário em Fortaleza

O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde traz ainda um ranking das cidades que apresentaram os maiores totais de casos de chikungunya no Brasil até o momento. Fortaleza lidera a lista, com 9.392 diagnósticos. Além da Capital, outros quatro municípios são citados: Juazeiro do Norte, Brejo Santo, Crato e Barbalha.

Para a secretária municipal da Saúde, Ana Estela Leite, Fortaleza está em “estado de alerta” sobre as arboviroses. “Temos casos de dengue e de chikungunya em todos os bairros da Cidade. Tivemos a última grande epidemia de arboviroses em 2018, que foi de chikungunya, e os números que temos hoje são muito semelhantes a 2017”, aponta.

“Cerca de 80% dos focos de Aedes aegypti está dentro das casas e, em virtude da pandemia de Covid-19, a gente vem a dois anos sem poder entrar nas casas das pessoas. Isso traz um prejuízo às ações de prevenção”, explica Francisco Atualpa Soares, gerente da célula de Vigilância Ambiental da Prefeitura. “Tivemos ainda uma quadra chuvosa mais intensa e estendida, o que também prejudicou as ações.”

Soares afirma que o número de casos deve começar a reduzir a partir de julho. “Em agosto, teremos um retrato mais fiel de como deve fechar o ano. A expectativa é que o cenário de dengue seja menor que ano passado e que o de chikungunya estabilize em patamar abaixo daqueles da epidemia”, pondera. “Os bairros com maior presença do mosquito estão sempre monitorados e recebendo operações de educação e de limpeza”, garante.

Fonte: Paraíba Notícia e O Povo