BC1 BSB DF 03 12 2021 NACIONAL  BANCO CENTRAL DO BRASIL Fachada do Banco Central do Brasil, no Setor Bancario Sul, em Brasilia. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

Banco Central aumenta taxa Selic para 10,75%; retomada da alta de juros ocorre após a indicação do petista Gabriel Galípolo para presidência do BC

Por Edmilson Pereira - Em 2 minutos atrás 4

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira, 18, elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto porcentual, para 10,75% ao ano, em decisão unânime. Esta é a primeiro alta de juros no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um ferrenho crítico do aumento das taxas. O último aumento da taxa havia sido em 3 de agosto de 2022.

A possibilidade de uma alta gradual, neste que parece ser o início de um ciclo de aperto monetário, havia sido cogitada pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

Segundo o comunicado do Copom, o aumento da taxa se deu por um cenário marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas – ou seja, fora da meta.
O colegiado ainda deixou a porta aberta para um possível aumento de maior magnitude na próxima reunião. “O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz o comunicado.

A alta de juros era a aposta majoritária do mercado: 53 de 61 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast. Seis casas previam manutenção do juro e duas apostavam em elevação de 0,50 ponto da Selic.

O aumento de juros ocorre após duas reuniões em que o colegiado optou pela manutenção da taxa. A estagnação da Selic, por sua vez, se seguiu após um ciclo de sete baixas que se estendeu até maio.

Esta é a primeira reunião do Copom desde que o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, foi indicado pelo governo Lula à presidência do Banco Central. Ele será sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal no dia 8 de outubro, logo após o primeiro turno das eleições municipais. Caso seja aprovado na comissão e no plenário do Senado, fará a transição do comando da autoridade monetária num cenário de elevação de juros.

Juro real

Com a decisão de alta de 0,25 ponto de hoje, o juro real – descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses – do Brasil está em 7,33%, segundo levantamento do site MoneyYou. O País está atrás apenas da Rússia (9,05%).

A média das 40 economias pesquisadas é de 0,63%. Segundo o BC, o juro neutro brasileiro, que não acelera nem alivia a inflação, é de 4,75%.

Na tarde de hoje, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, cortou os juros em 0,50 ponto, para o intervalo de 4,75% a 5% ao ano.

Fonte: Estadão

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