
Audiência de custódia: Justiça decide manter prisão preventiva do pediatra Fernando Cunha Lima, acusado por estrupro; médico ficará preso temporariamente em PE
Por Edmilson Pereira - Em 4 semanas atrás 1215
Acusado por estupro de crianças, que eram suas pacientes, o médico pediatra Fernando Cunha Lima, passou por audiência de custódia na tarde deste sábado (08), pela Justiça do Estado de Pernambuco e a decisão por manter a prisão preventiva do acusado. Fernando Cunha Lima vai seguir detido no estado Pernamuco até nova decisão da Justiça da Paraíba, onde o pediatra responde pelos crimes.
Fernando Cunha Lima foi encaminhado para o Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.
Após ser apresentado em João Pessoa, ele foi levado de volta para a Pernambuco na noite dessa sexta-feira (07), por decisão da Justiça que entendeu que a audiência de custódia deveria acontecer no estado onde aconteceu a prisão. Durante a audiência de custódia, a Justiça não concedeu o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa. O entendimento foi de que isso precisa ser avaliado na Paraíba.
A juíza Michele Duque de Miranda Scalzo decidiu que Fernando Cunha Lima deve ficar preso em Pernambuco, enquanto a Justiça da Paraíba solicite ou ordene a transferência do médico para a Paraíba. Fernando Cunha Lima continua preso na cadeia até determinação judicial.
A defesa de Fernando Cunha Lima afirmou que está avaliando se irá recorrer da decisão com outro recurso judicial em favor do pediatra.
O médico é acusado de estupro de vulnerável em dois processos que envolvem seis crianças. As denúncias começaram a surgir em julho de 2024, e os crimes teriam ocorrido dentro do consultório dele em João Pessoa. Ele foi preso nesta sexta-feira (7) no município de Paulista, em Pernambuco.
Ao chegar à Central da Polícia de João Pessoa, o médico negou os crimes, disse que estava doente e que tinha certeza que não ia ficar preso. “Agora, com a minha doença, eu não vou ficar preso”, afirmou. O médico é questionado por um repórter se tinha certeza do que afirmava, e ele responde: “Tenho certeza. Eu vou ficar só dois dias e saio”.
A polícia procurava Fernando Cunha Lima há quatro meses. Nesta sexta-feira, o pediatra foi localizado dentro de um imóvel alugado, na praia do Janga, no município de Paulista. O médico não ofereceu resistência e usou uma bengala para andar. Ele estava acompanhado da esposa, mas também contava com uma rede de apoio para continuar foragido.
A prisão do pediatra
Durante uma coletiva de imprensa, a Polícia Civil afirmou que o médico estava morando em um bairro de classe média baixa. A equipe identificou o imóvel onde ele vivia, foi até o local e a esposa do médico abriu a porta para os policiais. Nesse momento, eles já conseguiram visualizar o pediatra no sofá da residência e deram voz de prisão.
Acusações contra Cunha Lima
A primeira denúncia formal de estupro de vulnerável contra o pediatra Fernando Cunha Lima aconteceu no dia 25 de julho e foi tornada pública na quinta-feira (6).
A mãe da criança, que estava no consultório, disse em depoimento que viu o momento em que ele teria tocado as partes íntimas da criança. Ela informou que na ocasião imediatamente retirou os dois filhos do local e foi prestar queixa na Delegacia de Polícia Civil.
Após a primeira denúncia, uma série de vítimas começaram a procurar a Polícia Civil, inclusive uma sobrinha do médico em 1991.
O médico pediatra acusado de estuprar crianças, em João Pessoa, atendia a maioria das vítimas desde bebês e tinha a confiança das famílias. Fernando Paredes Cunha Lima é um pediatra famoso na capital paraibana e tinha uma clínica particular no bairro de Tambauzinho.
O Ministério Público pediu a condenação do acusado por quatro crimes cometidos contra três crianças, uma vez que uma das vítimas foi abusada duas vezes. Porém, o número de vítimas foi recalculado.
O médico responde judicialmente por estupro contra seis crianças. Em um primeiro processo, são quatro vítimas, e em um segundo, há mais duas.
Com a repercussão do caso, as sobrinhas do médico também procuraram a polícia para denunciar que tinham sido abusadas por ele na infância. O pediatra tem 81 anos e cuidou de várias gerações de crianças em João Pessoa.
Com informação do Portal G1 PB
Foto: Reprodução/TV Globo