WJBOLSO35 - RJ - 23/05/2021 - BOLSONARO / MOTO / RIO - POLITICA OE - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao lado do ex-ministro da Saude, Eduardo Pazuello, em carro de som no aterro do Flamengo, na zona sul do Rio, na manha deste domingo, 23. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou as redes sociais para convocar apoiadores para um passeio de moto pelas ruas do Rio de Janeiro neste domingo, 23. A concentração do ato aconteceu no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e seguiu até o monumento dos Pracinhas, no aterro do Flamengo, zona sul do Rio. Foto: WILTON JUNIOR / ESTADAO

ARQUIVADO: Exército decide não punir ex-ministro Pazuello por participação em ato com Bolsonaro

Por Edmilson Pereira - Em 3 anos atrás 432

O Comando do Exército anunciou nesta quinta-feira que o ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello não cometeu “transgressão disciplinar” por ter participado de ato político no Rio de Janeiro ao lado do presidente Jair Bolsonaro. A polêmica decisão acaba indo ao encontro da vontade do presidente, que não queria que seu aliado fosse punido. Mas também amplia o desgaste das Forças Armadas com o governo, já que a punição para o general era defendida por muitos oficiais de alta patente.

“Acerca da participação do General de Divisão Eduardo Pazuello em evento realizado na Cidade do Rio de Janeiro, no dia 23 de maio de 2021, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general. Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General Pazuello”, afirma o comunicado emitido pela Força.

Com isso, foi arquivado o procedimento administrativo que havia sido instaurado para verificar a conduta do general.

Bolsonaro já manifestou publicamente contrariedade à possibilidade de punição de Pazuello. O ex-ministro da Saúde e agora secretário de Estudos Estratégicos da Presidência adotou o mesmo argumento do presidente ao se explicar. A alegação é a de que não houve manifestação política porque Bolsonaro não está filiado a partido. A explicação, no entanto, não convenceu os demais generais.

Apesar disso, a polêmica deve continuar por um bom tempo já que a decisão abre brecha para que o regulamento disciplinar da Força fique desacreditado. Uma punição para o general mostraria que o Exército não hesitaria em punir um oficial de alta patente, mesmo que ele fosse aliado do presidente, em nome de sua disciplina interna. Como isso não ocorreu, a mensagem enviada é a oposta.

Na sua defesa, Pazuello argumentou que o passeio de moto no Rio não representou um evento político-partidário. Também lembrou que não é um período eleitoral e que o presidente Bolsonaro sequer está filiado a algum partido.

O Regulamento Disciplinar do Exército e pelo Estatuto das Forças Armadas proíbe a participação de militares da ativa em manifestações políticas. No ato que gerou o procedimento disciplinar, Pazuello chegou a subir em um trio elétrico onde Bolsonaro discursava a motoqueiros.

Fonte: Paraíba Notícia e o Estadão