Após cobrança por transparência, China pede à OMS para não politizar investigações sobre origem da Covid-19

Após cobrança por transparência, China pede à OMS para não politizar investigações sobre origem da Covid-19

Por Edmilson Pereira - Em 2 anos atrás 429

A China pediu hoje à OMS (Organização Mundial da Saúde) que “não politize” a investigação sobre a origem do coronavírus e garantiu que não realizou “nenhum tipo de ocultação”.

Agência internacional diz que governo chinês detinha informações sobre origem do coronavírus que poderiam ter sido divulgadas há três anos

Zhou Lei, investigador do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, indicou em conferência de imprensa do Conselho de Estado que, nas fases iniciais da pandemia, o país asiático “compartilhou todos os resultados e dados sem qualquer tipo de reserva ou ocultação”, segundo a rede de televisão estatal CCTV.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou recentemente que “a China detém a chave para entender a origem do coronavírus” e que o órgão que dirige pediu ao gigante asiático “cooperar”.

O diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, Shen Hongbing, chamou os comentários da OMS de “ofensivos e desrespeitosos”, acusando-a de “tentar difamar a China” e de politizar a Covid-19.

Segundo Zhou, a possibilidade de o vírus ter começado a se espalhar na cidade de Wuhan como resultado de uma infecção entre um animal e um humano está “entre provável e relativamente provável”, com base em investigações realizadas na cidade pelo grupo de especialistas do Centro Chinês de Controle e Prevenção.

O especialista descreveu a hipótese de que chegou a Wuhan através de um hospedeiro intermediário como “entre provável e muito provável”, e que o surto na cidade se originou de produtos congelados, teoria na qual Pequim tem enfatizado desde 2020, como “provável”.

Na opinião dos especialistas, que a origem das infecções em Wuhan esteja em um laboratório é “extremamente improvável”, disse Zhou.

O grupo de especialistas da OMS que investiga a origem do coronavírus levantou recentemente a possibilidade de que o cachorro-guaxinim, um animal vendido no mercado de Wuhan, onde a pandemia começou, tenha sido a chave na transmissão do patógeno aos humanos.

Tedros enfatizou esta semana que as diferentes hipóteses sobre a origem do coronavírus, que causou quase sete milhões de mortes em todo o mundo, continuam de pé.

Recentemente, o vírus Marburg ganhou os noticiários mundiais ao provocar um surto na Guiné Equatorial. Ao menos 11 pessoas já morreram no país africano vítima deste patógeno, que tem uma taxa de letalidade em torno de 88%.

O Marburg é um filovírus, cujas seis espécies de vírus ebola são as únicas conhecidas da mesma família. O reservatório natural são morcegos que se alimentam de frutas na África. Ele pode ser transmitido a primatas e humanos.

Fonte: Portal R7

Foto: Divulgação