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Após arquivamento do caso Pazuello, ex-ministro e general do exército diz que Bolsonaro busca “enfraquecer instituições”

Por Elison Silva - Em 3 anos atrás 377

WJBOLSO35 – RJ – 23/05/2021 – BOLSONARO / MOTO / RIO – POLITICA OE – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao lado do ex-ministro da Saude, Eduardo Pazuello, em carro de som no aterro do Flamengo, na zona sul do Rio, na manha deste domingo, 23. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou as redes sociais para convocar apoiadores para um passeio de moto pelas ruas do Rio de Janeiro neste domingo, 23. A concentração do ato aconteceu no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e seguiu até o monumento dos Pracinhas, no aterro do Flamengo, zona sul do Rio. Foto: WILTON JUNIOR / ESTADAO

O general Carlos Alberto Santos Cruz publicou nesta sexta-feira, 4, um texto em que se diz envergonhado pela decisão do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello por ter participado de um ato político com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Santos Cruz escreveu que o ocorrido é uma “desmoralização para todos nós” e que o presidente “procura desrespeitar, desmoralizar pessoas e enfraquecer instituições”.

“Mais um movimento coerente com a conduta do Presidente da República e com seu projeto pessoal de poder”, disse o militar, que foi ministro-chefe da Secretaria de Governo de Bolsonaro. “A cada dia ele avança mais um passo na erosão das instituições.”

Santos Cruz chamou a decisão de não punir Pazuello de “subversão da ordem, da hierarquia e da disciplina no Exército, instituição que construiu seu prestígio ao longo da história com trabalho e dedicação de muitos”.

O militar lembrou ainda que Bolsonaro já se referiu à instituição como “meu Exército”. “O ‘seu Exército’ não é o Exército Brasileiro. Este é de todos os brasileiros. É da nação brasileira”, escreveu ele.

O general terminou o texto pedindo que a politização das Forças Armadas seja combatida “pela raiz”. “Independente de qualquer consideração, a união de todos os militares com seus comandantes continua sendo a grande arma para não deixar a política partidária, a politicagem e o populismo entrarem nos quartéis”, concluiu.

Santos Cruz foi secretário nacional de Segurança Pública de Michel Temer. Ele apoiou a candidatura de Bolsonaro em 2018, e chegou a chamar o candidato opositor, Fernando Haddad (PT), de “fascista”.

O general se tornou ministro-chefe da Secretaria de Governo de Bolsonaro, mas foi demitido em 2019.

Desde então, o militar assumiu uma postura crítica ao governo. Em março deste ano, ele publicou uma carta em que pedia a união do centro contra Lula e Bolsonaro. Na ocasião, escreveu que “o Brasil não merece ter que optar entre dois extremos já conhecidos, viciados e desgastados”.

Fonte: Paraíba Notícia com Terra